segunda-feira, 13 de outubro de 2014

TUDO PELO FLUMINENSE

Carlinhos do Megafone: Amor incondicional pelo clube de futebol feirense.


O megafone  é um aparelho em forma de cone, utilizado para amplificar sons em manifestações, eventos esportivos e anúncios. Nos filmes, normalmente aparece nas mãos de policiais ou bombeiros para comunicação à distância. Em Feira de Santana ele é mais que isso, é uma espécie de amuleto que o marceneiro Luís Carlos Maia Santos carrega consigo há anos, para fazer ecoar seus gritos de torcedor do De euforia e comemoração em alguns momentos; de desespero e crítica em outros.

Ligado em futebol “desde sempre”, como costuma dizer, Carlinhos do Trombone (apelido que ganhou por razões óbvias) jogava na escolinha do Fluminense e aí está explicada toda essa paixão, que só divide com o Flamengo, a sua seleção. “Meu fluminense é o time do coração”, afirma emocionado, destacando que é a sua maior referência de lazer e esporte desde menino.

“Toda cidade grande tem que ter um time grande e o Fluminense é uma grande marca”, diz o torcedor, que se define como apaixonado – não fanático. O que falta, então? “Falta pulso, uma pessoa que chegue lá e diga: vamos colocar o Fluminense onde ele merece estar”, responde sem pestanejar. Para ele, o clube deveria estar na primeira divisão. “Tem times menores de cidades do sul do país que estão lá”, comenta.

A primeira divisão é para almejar. Por enquanto, o Flu de Feira está na segundona, o que para um torcedor tão fiel “está de bom tamanho”. Mesmo que para isso seja preciso gritar muito. E é exatamente isso que Carlinhos faz nos jogos do seu time, seja em Feira de Santana, em outras cidades ou até em outros estados. Tanto que muitas vezes perdeu a voz, literalmente, após as partidas mais difíceis.

Foi aí que, um belo dia, ele fazia um trabalho de marcenaria na casa do cantor Paulo Bindá e viu um megafone pequeno, jogado em um canto. “Pedi a ele e disse: só assim agora eles vão me ouvir”. Dito e feito. A partir de então – isso foi há uns 25 anos – ele se tornou pioneiro em frequentar estádio de futebol com um megafone. Virou atração e chamou a atenção da mídia. Tomou gosto e comprou um equipamento maior e o megafone se tornou marca.

Carlinhos do Megafone foi tema do noticiário esportivo nacional e acabou se tornando amigo da imprensa esportiva feirense, mas assegura que nunca teve a intenção de aparecer. “É o Fluminense é que deve estar em evidência”, resume. Ele já foi chamado para eventos e até para participar de campanhas políticas. Já tentaram afastá-lo do Joia da Princesa (Estádio Alberto Oliveira), mas foi em vão.

E ele continua lá. De forma pacífica, sugere alterações no time, conversa com o treinador, chama a atenção de todos. E, principalmente, vibra pelo time. Apesar de afirmar que existe “muita coisa errada”, o amor pelo Fluminense continua inabalável. “Isso não vai mudar nunca”, garante o torcedor, em alto e bom tom, mesmo sem o auxílio do megafone.

Madalena de Jesus

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