quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O SOBRENOME DELE É SHOW



Silvério Silva: No ar há 50 anos, com a mesma sintonia

É isso mesmo. O nome do programa que o consagrou no rádio feirense era exatamente assim: Silvério Silva Show. E só poderia ser mesmo, para manter um homem de 74 anos de idade com todo o viço da mocidade e ainda fazendo sucesso pelas ondas sonoras do rádio, exatamente como há 50 anos. Tudo isso começou em 1968. Como não tirar o chapéu para a maior referência dos radialistas de Feira de Santana e da imprensa de modo geral?

Se promovendo as extrovertidas corridas de jegues, que atraíam multidões pelo inusitado da promoção e também pelos nomes criativos dos animais, lá pelos ídolos de 1973, ou cantando a hilária “Pancada certa no pé do umbigo” ele não conseguiu ir muito longe, pelo menos foram situações que serviram para estimular ainda mais a carreira de radialista. Não ficou rico durante todo esse tempo e agora... Bom não dá mais tempo.

Há muito tempo Silvério deixou de ser único, pois o herdeiro é Silvério Segundo, também radialista. Talvez por influência paterna. Será? O pai sorri diante da brincadeira, aliás, um sorriso que é sua marca registrada, sem comprometer a seriedade. Tudo na medida certa e com verdade. O apresentador do quadro “Pra quem você tira o chapéu” nunca escondeu que se inspirou na ideia de José Messias, que se tornou sucesso com Ayrton e Lolita Rodrigues.

E se era sucesso na televisão, virou sucesso no rádio. Apresentado aos domingos, pela Rádio Subaé AM, ainda hoje é temido por muitos, especialmente políticos, as maiores vítimas dos convidados. Já passaram pelo programa artistas de todos os segmentos musicais, a exemplo de Diana e Daniel; políticos como Roberto Freire, senador pernambucano; Antônio Imbassahy; deputados, prefeitos. Fora do quadro já entrevistou grandes personalidades e artistas, como Roberto Carlos, Jerry Adriane, Agnaldo Tímóteo.

Se o quadro é político? “Claro, totalmente”, admite o apresentador, que hoje só faz o programa aos domingos, depois de uma pesquisa que indicou a audiência desse dia maior do que a da semana inteira. A maior polêmica que ele lembra foi a que envolveu o professor Josué Mello, então candidato a vice de José Ronaldo. Ele tirou o chapéu para Colbert Martins e Valdir Pires e perdeu a vaga. O fato abalou a cidade e no dia seguinte a fita já estava em Salvador. Foi em 2000 e por conta disso Josué foi substituído por Antônio Carlos Borges Júnior.

Nada disso envaidece Silvério Silva. Nem os elogios sobre a jovialidade da pele e a sugestão, em tom de brincadeira, sobre uma possível intervenção. “Eu sou mulher pra colocar botox?”, diz, garantindo que não tem vaidade. O que é negado pelo modo elegante de se vestir, de falar e tratar as pessoas. Um homem muito distinto, isso é o que ele é. No rádio e na vida. Um show de profissional.

Madalena de Jesus

Nenhum comentário:

Postar um comentário