sexta-feira, 13 de maio de 2016

O BOM JORNALISMO EM PAUTA



Cada um tem um estilo próprio para escrever. Sempre optei em começar o lide com uma frase que tenha força. As vezes acontece da gente não encontrar as palavras certas e nem encaixa-las da melhor forma, sobretudo, quando o assunto não é muito familiar. Isso eu aprendi quando comecei a estagiar no Jornal Tribuna da Bahia, no 6 semestre. Foi meu primeiro emprego na vida.

A TB foi uma escola não só pra mim como para outros jornalistas. Tive um grande editor: Neomar Cidade. Uma pessoa que contribuiu muito para o que sou hoje. Profissional que observo faltar nas redações - ele ia de bancada em bancada olhar o texto, principalmente, a forma como iniciávamos e conduzíamos a informação. O discurso dele era o mesmo: a abertura tem que ter força, prender o leitor, chamar a atenção. Nos preparava até para identificar o gancho da matéria no momento da entrevista. Quando retornávamos da rua, já tínhamos o texto pronto na mente. Sabia elogiar! E vibrava quando o repórter lhe dava a matéria de capa. "Muito bem menininha". Aliás, esse era o adjetivo carinhoso que ele sempre se reportava as mulheres da redação.

Voltei a morar em Feira por motivo de saúde. Isso me tirou da redação da Tribuna após seis anos de aprendizado diário. Já aqui, fui trabalhar na Secom - todos eram desconhecidos pra mim, inclusive os colegas e as fontes. Após alguns meses Madalena de Jesus foi convidada a trabalhar com a gente. Conheci tanto ela quanto seus textos, os quais me identificava e aprecio ainda hoje. Lembro que eu e as meninas discutíamos na redação como iniciar a matéria e ela também opinava. Era uma espécie de laboratório. Ajudávamos umas às outras com humildade.

Agora, estou tendo a oportunidade de trabalhar com Batista. Admiro como ele sabe passar a informação em poucas palavras. Já li parágrafo com uma frase apenas. Também gosto de seus textos pela maneira com que faz o leitor "enxergar a cena". Eu já senti até cheiro de comida ao ler um texto dele. São exemplos que me espelho quando vou fazer uso da escrita. Também admiro o profissional humilde que ele é. Simples até no jeito de ajudar. É daqueles que aceita uma opinião de quem está apenas começando.

Renata Leite

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