quinta-feira, 16 de abril de 2015

AS FACES DO SARGENTO GETÚLIO






O cenário nu, como o nome do grupo teatral sugere. Apenas luzes, som, um banco rústico como aqueles usados pelos antigos contadores de “causos” da zona rural, e um pequeno cantil, não com água, mas certamente, dentro do espírito da história. E uma plateia inteira prendendo a respiração e soltando o riso, de acordo com a situação mostrada/vivida pelo sargento que desafiou o próprio destino para cumprir uma missão.

E o enorme palco do Teatro do Cuca – Centro Universitário de Cultura e Arte – de repente se tornou pequeno para o tamanho do espetáculo. O inconfundível texto de João Ubaldo Ribeiro, autor do livro que inspirou a peça, fluía com uma facilidade que somente os grandes astros da interpretação teatral exercitam. A linguagem simples dando o tom exato do drama e da comicidade. E gestos comuns “comprando” a cumplicidade do público.

O nome no superlativo (Carlos) Betão já dá uma ideia da grandiosidade artística do ator, que não se contentou em ser Getúlio Santos Bezerra, o Sargento Getúlio, que saltou das páginas do livro homônimo. Foi também o tenente, seu superior imediato; Amaro, o melhor amigo; e até Luzinete, a mulher que embora o tenha traído, esteve com ele até o fim de sua tarefa de levar um preso de Paulo Afonso, na Bahia, a Aracaju, em Sergipe. Literalmente.

Foi assim, meio embevecida e meio experimentando um misto de admiração, que a atriz Celi Gomes deixou o teatro, lotado por pessoas de todas as idades, não sem antes cumprimentar Betão, Gil Vicente, o diretor da montagem, e toda equipe. “Uma boa história para contar e um bom ator em cena”, resumiu, ao comentar o espetáculo que completa quatro anos e já foi apresentado no Brasil inteiro. Em Feira de Santana, fez parte da programação da Mostra Sesc de Artes.

Madalena de Jesus/Notre Comunicação

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