Socorro Pitombo
Para quem acompanhou o despertar do sucesso dos baianíssimos Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Gosta, e algum tempo depois Ivete Sangalo, sem esquecer outros expoentes, como Nando Reis, Chico Buarque, Djavan e Milton Nascimento, para citar apenas alguns bons compositores e intérpretes da música popular brasileira é verdadeiramente um tiro no ouvido.
Atualmente somos surpreendidos a cada momento com uma profusão de novos cantores e a consequente diversidade de gêneros musicais. O cenário é bem democrático, convenhamos, e as redes sociais ajudam a divulgar o trabalho desses artistas, seja com um fank, rock, samba, pagode, MPB, axé music, ou sertanejo. Ah! Os sertanejos, eles estão aí nas paradas de sucesso, numa profusão de duplas que surgem a cada dia, o que mostra que há espaço e gosto para tudo e para todos.
O que dizer da Baby do Brasil, que já foi Consuelo? Baby é um caso à parte. Incrível como essa artista se renova e se supera à cada dia, ou melhor, à cada noite, porque ela é da noite. Com seus cabelos roxos, e seu jeito irreverente, rompe as madrugadas fazendo shows, interpretando composições com toda garra e um fôlego de causar inveja a muitos jovens.
Recentemente, perdemos um ícone da música brasileira, a sambista Beth Carvalho, referência quando se trata de samba. Cantora e compositora respeitadíssima no cenário musical, ela nos deixa um legado, que temos a obrigação de cultuar. Foram 50 anos de carreira de sucesso, dessa carioca da Gamboa que tinha o samba na veia. A voz inconfundível de Beth Carvalho ficará imortalizada nas músicas de seu repertório, que compõem dezenas de discos gravados por ela, que começou sua carreira ainda garota, com incursões na Bossa Nova.
E nessa época do ano, quando a fogueira está queimando em homenagem aos santos Antônio, João e Pedro, nada mais animado que dançar um forró agarradinho, ao som da sanfona, zabumba, triângulo e violão. São as chamadas festas juninas que sacodem o Nordeste de ponta a ponta, na capital e no interior. Mas é sobretudo no interior que os festejos ganham mais força, com suas músicas características na voz de nomes representativos da música nordestina.
Num verdadeiro contraste entre o tradicional e o moderno está a música virtual, onde os artistas e não são poucos, propagam suas vozes e se conectam com um público cada vez maior e aberto a novidades. São jovens que concentram seu trabalho nas plataformas digitais, mas também estão abertos a shows e discos (vinil e CD). E assim vão surgindo novos talentos, mostrando que a música brasileira tem encantos para todos os públicos.
Enfim, boa música é aquela que a gente gosta, que nos enleva ou nos faz balançar o corpo, que nos transporta para um outro tempo e nos traz recordações. Música brasileira é isso aí, um campo vasto de experiências para quem está disposto a acompanhá-las.
Socorro Pitombo
Jornalista
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