quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A HORA DA COLHEITA


Por Madalena de Jesus


Remexendo meus escritos encontrei este texto, publicado no Jornal Folha do Estado em 21 de julho de 2011. As palavras falam por si só. Em cada uma delas está a essência da pureza desse anjo de luz que hoje completaria 55 anos de vida entre nós. Tem sido difícil viver sem a sua alegria. Já se foram seis meses e ainda não dá para entender a sua partida tão precoce para outra dimensão. O amor que emanava dela parece que está no ar. E nós aqui, tentando seguir seus ensinamentos, semeando e plantando tudo aquilo que um dia haveremos de colher.



















"Na vida nunca sabemos, qual vai ser a hora certa da nossa colheita, levamos a vida a semear, sem saber de fato o que vamos colher no final. Por isso é preciso termos muito cuidado, com tudo aquilo que nós semearmos ao longo da nossa jornada aqui na terra. Porque de uma hora para a outra poderemos precisar colher todos os frutos daquilo que plantamos uma vida inteira.

Ao longo da minha vida tentei semear o bem mesmo que as vezes o terreno não fosse o ideal, mas eu sempre acreditei que o bem sempre vence o mal, e que é necessário fazemos o bem sem olhar quem. Hoje quando me encontro lutando pela minha vida, tenho colhido as flores plantadas ao longo do caminho, mesmo naquelas flores que tem algum espinho sei valorizar o perfume deixado por elas.

Vivo um dia de cada vez, e cada dia busco conquistar novos amigos aqui no meu alojamento na Madre Paulinha em Barretos, há certeza de que nada no mundo tem mais valor do que os verdadeiros amigos, nenhum dinheiro no mundo hoje me traria minha saúde de volta, sem que eu precise lutar por ela, sem que eu precise acreditar que minha fé, o amor das pessoas, dos meus amigos e familiares, é que ao me permitir encontrar a vitoria no final, uma vitoria constituída de muita luta, com muitas pedras a serem retiradas do caminho, mas o triunfo do amor sobre a doença será o resultado alcançado.

Estarei semeando aqui novos frutos, que colherei com certeza ao fim desta minha estada. Se Deus me trouxe de tão longe deixando tudo para trás é porque no mínimo ele tinha o propósito de que eu vivenciasse uma nova estória de superação neste lugar". (Cida Maxado Barretos - SP)