quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

TRIBUTO A LUIZ GONZAGA


 
 
O Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) promove, nesta quinta-feira (13), a sexta edição do Tributo a Luiz Gonzaga, a partir das 19h30. Trata-se de homenagem a uma das mais criativas e emblemáticas figuras da cultura nordestina que comemora 100 anos. O espetáculo será no Teatro de Arena do Cuca e terá entrada franca.

Com o tema, 100 anos de “seo” Lua, o espetáculo vai reunir os artistas feirenses Timbaúba, Baio do Acordeon, Cescé, Nenem do Acordeon, J Sobrinho, entre outros. Contaremos ainda, com a participação do Grupo de Câmara e balé do CUCA, com temas nordestinos e um espetáculo de teatro.

No foyer do Teatro haverá ainda com uma exposição que retrata a vida do Rei do Baião.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A FÉ QUE MOVE AS PESSOAS









Eu sempre tive fascínio por procissão. Aquela multidão seguindo a mesma direção, movida pela fé. Pedindo ou agradecendo, todos ali unidos pelo mesmo sentimento. Até me arrisco a entoar alguns daqueles versos guardados na memória desde a infância.

Quando menina, ia com minha mãe e meus irmãos para a Festa de Nossa Senhora da Conceição, no Picado, distrito de Conceição do Jacuípe (Berimbau). Passávamos o dia inteiro correndo em torno da praça – imensa para nossa visão de pequenos habitantes da Fazenda Salgado.

A festa de 8 de dezembro era aguardada com muita expectativa. Minha mãe fazia duas roupas novas – uma para a missa, pela manhã, e outra para a procissão, à tarde – para todos os nove filhos. Também ganhávamos sapatos novos, que mostrávamos com orgulho para nossos colegas, igualmente paramentados.

A programação sempre ia além da Igreja. No tempo em que a escola era verdadeiramente uma extensão da família, era obrigação (muito prazerosa, é bem verdade) passar pela casa das professoras – Noêmia, Solange, Maria e Olga. Ah, minha professora querida, com quem tenho, ainda hoje, uma relação de muito carinho.

Pois é, tudo isso eu vi passar como um filme em minha cabeça sábado passado (8), durante a missa celebrada – e cantada, como nos velhos tempos – pelo padre Morais, na Igreja onde fui batizada e fiz a primeira comunhão. Eu estava ao lado da professora Olga, minha mestra no mais amplo sentido da palavra, com quem almocei depois, relembrando os bons momentos.

Me vi vestida de anjo coroando a imagem de Nossa Senhora, levando flores para o altar, rezando aqueles hinos que hoje nem lembro direito os versos, mas me emocionam do mesmo jeito. Ali, em frente ao altar de Nossa Senhora, eu dei vazão ao sentimento de ternura que me tomou. E chorei.

Também chorei à tarde, quando já em Berimbau, vi a saída da procissão da Igreja. Resolvi registrar a passagem dos dez andores, entre eles os de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora Aparecida e Santa Bárbara, levados por pessoas visivelmente tomadas pela fé. Tanto que nem sentiam o peso. A leveza da alma era bem maior.

Madalena de Jesus