segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

RECEITA DE ANO NOVO


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanhe,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond Andrade

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SAUDADES



Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...

Clarice Lispector

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

PALHAÇO



Sou palhaço, de fazer rir me orgulho
entre eu e o mundo existe um muro
a minha alma em versos distribuo
do meu tesouro inteiro eu me desfaço.

Enfeito o meu rosto com uma lágrima
que cobre a verdadeira, que é salgada
igual ao mar, que eu amo tanto
e quiçá seja feito do meu pranto.

Num rosto amigo meu olhar passeia
perguntando se por mim anseia
porque nada além do riso eu posso dar
meu coração não aprendeu a amar.

Sozinha no meu quarto encaro o espelho
tentando descobrir meu próprio anseio
um sonho que escapou, quem sabe um dia
quando eu os tinha ainda e acalentava.

Mas nada encontro e o riso se desfaz
a lágrima se oculta, seca, ineficaz
vou pela vida buscando um amanhã
que mesmo vazio, me traga a paz.

Enquanto isso, meu riso continua
meio torto, indelicado, mal feito
mas é a oferta que tenho, e é sua.
É fácil nele crer, se você crê na lua...

Terê Penhabe

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

GILSAM SEMEIA REGGAE E SOLIDARIEDADE




Não foi surpresa, pelo menos para mim, a iniciativa do cantor e compositor Gilsam, esse homem enorme, com coração de menino. O filho de Bia, que aprendeu ali bem pertinho, no Campo Limpo, que às vezes é preciso ir embora para pode voltar mais forte. Ele foi e voltou, mas o reggae, a poesia e a solidariedade nunca saíram da bagagem.

E assim, Gilsam mais uma vez semeia amor através da música. O nome do CD? “Semeadura”. Não poderia ser mais propício à ideia de promover entretenimento e, ao mesmo tempo, provocar reflexões sobre as relações humanas, independentemente de ideologias políticas ou credos religiosos.

O show de lançamento, de caráter beneficente, aconteceu no dia 30 de novembro, no Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA). O ingresso foi um quilo de alimento não perecível, destinado à Comunidade Três Riachos de Feira de Santana. A proposta do cantor é exatamente esta: não perder o foco do social.

Composto por 11 canções inéditas, gravadas no período de julho a outubro de 2011 em Feira de Santana, nos estúdios Via Sonora, e masterizado nos estúdios MG2 em São Paulo, o CD Semeadura tem produção musical assinada por Ancelmo Roberto. Gilsam propõe discutir os flagelos da humanidade e o reencontro coma espiritualidade.

Madalena de Jesus

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O LÁPIS E A VIDA









O menino observava seu avô escrevendo em um caderno, e perguntou:

- Vovô, você está escrevendo algo sobre mim?

O avô sorriu, e disse ao netinho:

- Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo, é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer.
O menino olhou para o lápis, e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:

- Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele tem de tão especial?- Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir vivê-las, será uma pessoa de bem e em paz com o mundo – respondeu o avô.

Primeira qualidade: Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça que existe uma “mão” que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus.

Segunda qualidade: Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo, e usar um “apontador”. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto, saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor.

Terceira qualidade: Assim como o lápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.

Quarta qualidade: Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre mais importante que a sua aparência.

Quinta qualidade : Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

FALTAVA UMA COISA




É Natal!
Jesus nasceu!
MAS...
Faltou uma hospedagem na hotelaria,
Um hospital para a parturiente,
Um enxoval para o bebê,
Um berço na estrebaria,
Um Rei para os Magos,
Uma estrela na constelação,
Um anjo no céu,
Um cajado para os pastores,
Um cetro para o Rei-menino,
Um manto para o Príncipe da Paz,
Uma coroa para o Deus-homem,
Corações para adorar o Salvador do mundo.
É Natal!
É tempo de amar,
De se confraternizar,
De expressar amizades,
MAS...
O maior sentido do Natal
É doar o nosso coração
Ao aniversariante – JESUS.

Lélia Fernandes

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A VIDA E A OBRA DE ALOÍSIO RESENDE







Um livro que reúne história, antropologia, religião e cidadania, através de narrativas, crônicas, poemas e artes plásticas. Trata-se de “Aloisio Resende, poeta do candomblé – a história das populações negras em Feira de Santana”, do professor e historiador Josivaldo Pires de Oliveira, ou simplesmente Bel Pires, que divide a obra com Denilson Lima Santos e Gabriel Ferreira.

O lançamento aconteceu na noite desta terça-feira (29), no Museu de Arte Contemporânea (MAC). A publicação tem 78 páginas, prefácio da professora Benedita Celeste de Moraes Pinto e apresentação da jornalista Madalena de Jesus, diretora de Jornalismo da Secretaria Municipal de Comunicação.

Bel Pires é professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Campus de Itaberaba, mestre de capoeira angola e doutor em Estudos Étnicos Africanos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).

sábado, 26 de novembro de 2011

O PRIMEIRO AMOR NINGUÉM ESQUECE




Há 20 anos, o mundo se deparava com dois sucessos infantis: Macaulay Culkin e Anna Chlumsky. Considerado um dos filmes mais emocionantes dos anos 1990, “My Girl”, ou em português “Meu Primeiro Amor”, revelou os atores mirins como possíveis nomes de sucesso do cinema.

Mas não foi isso o que aconteceu. Depois do longa lançado em 1991, Culkin foi sucesso em “Esqueceram de Mim” (1992), mas decepcionou quando ficou mais velho: ele se envolveu com drogas e álcool e já não levava a carreira artística tão a sério.

Já Anna Chlumsky, a namoradinha de Culkin no filme romântico e infantil, deu uma grande sumida da mídia e das telonas, mas está dando indícios de que quer voltar bastante à ativa. A norte-americana começou a carreira artística cedo: com apenas 10 meses, ela emprestava seus grandes olhos azuis à publicidade fazendo fotografia e comerciais nas telinhas.

“Meu Primeiro Amor” rendeu a Anna a indicação de Melhor Revelação e Melhor Dupla no MTV Awards. Na premiação, ela levou o prêmio de Melhor Beijo. Aliás, que beijo. Quem não se lembra do selinho que Thomas e Vada deram depois de fazerem um pacto de sangue? E a interpretação pra lá de dramática de Anna, com 11 anos na época, quando seu grande amor morreu vítima de picada de abelha?

O texto é de Taynara Magaroto

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

BEL PIRES LANÇA LIVRO SOBRE POETA FEIRENSE ALOÍSIO RESENDE




Na próxima terça-feira (29), o professor e historiador Bel Pires lança o livro “Aloísio Resende, poeta dos candomblés: história das populações negras em Feira de Santana”. O evento será realizado no Museu de Arte Contemporânea (MAC), a partir das 20 horas.

A obra contou com patrocínio cultural da Prefeitura de Feira de Santana e o apoio do grupo de pesquisa Populações Negras: Pesquisa e Extensão, da Uneb/CNPq e foi produzida com a colaboração do artista visual Gabriel da Silva Ferreira e do mestre em Literatura e Diversidade Cultural Denílson Lima Santos.

Neste livro são abordados aspectos relativos a ancestralidade e a produção e atuação do poeta e escritor negro Aloísio Resende, ferrenho defensor do candomblé e das manifestações da religiosidade afro brasileira, que morreu em 1941.

Sobre o autor

Bel Pires é professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Campus de Itaberaba, mestre de capoeira angola e doutor em estudos étnicos africanos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Ele á autor dos livros “No tempo dos valentes: os capoeiras na cidade da Bahia”, pela editora Quarteto (2005) e de “Capoeira, identidade e gênero: ensaios sobre a história social da capoeira no Brasil” publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia – Edufba (2009).

O texto é de Elsimar Pondé.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

NOVO COLORIDO NO PARQUE DA CIDADE








O Parque da Cidade Frei José Monteiro Sobrinho ganhou um colorido a mais nos últimos meses, com a chegada da primavera. Espécies de flores como buganville e rosa graxa deram um novo tom ao parque pelos canteiros e diferentes ruas do equipamento público.

As árvores frutíferas de jaca, manga, siriguela, jambo e acerola também começaram a florir com a entrada da nova estação. Com o novo colorido das flores e verde das árvores, inclusive nos eucaliptos, pessoas de diferentes idades são convidadas a conhecerem o Parque da Cidade ou retornar ao local mais uma vez.

O equipamento funciona no conjunto Feira VII e funciona das 8 às 17 horas, inclusive de terça-feira a sexta-feira. Visitantes que forem ao local vão dispor de um clima de total tranqüilidade, em contato direto com a natureza. Toda segunda-feira são realizados serviços de manutenção, quando o Parque não é aberto ao público.

O texto é de Bethânia Carvalho

As fotos são de ACM

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MAIS RICOS TÊM RENDA 39 VEZES MAIOR QUE OS MAIS POBRES





Embora pesquisas apontem quedas sucessivas na desigualdade de renda no Brasil, dados do Censo 2010 divulgados nesta quarta, 16, mostram que os 10% mais ricos no País têm renda média mensal trinta e nove vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha (R$ 137,06) durante três anos e três meses para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico (R$ 5.345,22).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 10% mais pobres ganhavam apenas 1,1% do total de rendimentos. Já os 10% mais ricos ficaram com 44,5% do total. Outro recorte revela o rendimento médio no grupo do 1% mais rico: R$ 16.560,92. Os dados valem para a população de 101,8 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade e algum tipo de rendimento em 2010.

A renda média mensal apurada foi de R$ 1.202. Levando-se em conta os habitantes de todas as idades, o IBGE calculou a renda média mensal per capita de R$ 668. O Censo indica, porém, que metade da população recebia até R$ 375 por mês, valor inferior ao salário mínimo oficial em 2010 (R$ 510).

O IBGE também mostra que as cidades de porte médio, com população entre 10 mil e 50 mil habitantes, foram as que apresentaram a maior incidência de pobreza. Enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$ 70 de rendimento domiciliar per capita era, em média, de 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse porcentual era o dobro (13,7%), com metade da população nessas cidades vivendo com até meio salário mínimo per capita. Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% recebiam até R$ 70 per capita e cerca de um quatro (25%) vivia com até meio salário mínimo de rendimento domiciliar per capita.

Entre as capitais, segundo o IBGE, manteve-se a tendência de melhores níveis de rendimento domiciliar per capita nas regiões Sul e Sudeste. O maior valor (R$ 1.573) foi registrado em Florianópolis (SC), onde metade da população recebia até R$ 900. Em 17 das 26 capitais, metade da população não recebia até o valor do salário mínimo. Entre as capitais, a pior situação foi registrada em Macapá: rendimento médio domiciliar per capita de R$ 631, com 50% da população recebendo até R$ 316.

A capital do Amapá também ficou com a maior proporção de pessoas com rendimento domiciliar per capita de até R$ 70 (5,5%) e até um quarto de salário mínimo (16,7%). No Sudeste, o Rio registrou os maiores porcentuais de pessoas nessas condições (1,1% e 4,5%, respectivamente). Os melhores indicadores foram observados em Florianópolis (SC): 0,3% da população com rendimento médio mensal domiciliar de até R$ 70 e 1,3% com até um quarto do salário mínimo.

No Brasil, os rendimentos médios mensais dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574) se aproximaram do dobro do valor relativo aos grupos de pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) ou indígenas (R$ 735). Entre as capitais, destacaram-se Salvador, com brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos; Recife (3,0) e Belo Horizonte (2,9). Quando analisada a razão entre brancos e pardos, São Paulo apareceu no topo da lista, com brancos ganhando 2,7 vezes mais, seguida por Porto Alegre (2,3).

Os homens recebiam no País em média 42% mais que as mulheres (R$ 1.395, ante R$ 984), e metade deles ganhava até R$ 765, cerca de 50% a mais do que metade das mulheres (até R$ 510). No grupo dos municípios com até 50 mil habitantes, os homens recebiam, em média, 47% a mais que as mulheres: R$ 903 contra R$ 615. Já nos municípios com mais de 500 mil habitantes, os homens recebiam R$ 1.985, em média, e as mulheres, R$ 1.417, uma diferença de cerca de 40%.

O texto publicado no Jornal Folha do Estado é de Dayane Leal

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O AMOR E O TEMPO



Texto lido no programa Um Toque de Mulher do dia 12.11.2011


Era uma vez uma ilha, onde moravam os seguintes sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria, o Amor e outros.

Um dia avisaram para os moradores desta ilha que ela ia ser inundada. Apavorado, o Amor cuidou para que todos os sentimentos se salvassem; ele então falou:

- Fujam todos, a ilha vai ser inundada.

Todos correram e pegaram seu barquinho, para irem a um morro bem alto. Só o Amor não se apressou, pois queria ficar um pouco mais na ilha.

Quando já estava se afogando, correu para pedir ajuda.

Estava passando a Riqueza e ele disse:

- Riqueza, leve-me com você.

Ela respondeu:

- Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e você não vai caber.

Passou então a Vaidade e ele pediu:

- Oh! Vaidade, leve-me com você.

- Não posso você vai sujar o meu barco.

Logo atrás vinha a Tristeza.

- Tristeza, posso ir com você?

— Ah! Amor, estou tão triste que prefiro ir sozinha.

Passou a Alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o Amor chamar por ela. Já desesperado, achando que ia ficar só, o Amor começou a chorar.

Então passou um barquinho, onde estava um velhinho.

- Sobe, Amor que eu te levo.

O Amor ficou tão radiante de felicidade que esqueceu de perguntar o nome do velhinho.

Chegando no morro alto onde estavam os sentimentos, ele perguntou à Sabedoria:

- Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui?

- Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui?

Ela respondeu:

- O Tempo.

- O Tempo? Mas, por que só o Tempo me trouxe aqui?

- Porque só o Tempo é capaz de ajudar e entender um grande Amor.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

OS CANTARES DE RODA



Se poesia em uma língua só já é bom, imagine em duas... Pois é assim, em português e espanhol, que o escritor e poeta Cleberton Santos traz para os amantes da literatura o seu novo livro, Cantares de roda, ou Cantares de rueda, como queiram os leitores.

Com lançamento na tarde desta terça-feira (8), no Anfiteatro da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o terceiro livro de Cleberton reúne 30 poemas, que são traduzidos para o espanhol por Edson Oliveira e Liz Sandra Souza e Souza.

Editado pela Via Litterarum (Itabuna - Ilhéus), Cantares de roda tem prefácio do poeta Sandro Ornellas, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e apresenta comentários de escritores e críticos sobre a poesia de Cleberton Santos.

AUSÊNCIA



Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados

Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei ... tu irás e encostarás
a tua face em outra face

Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa

Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos

Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

EU SEI, MAS NÃO DEVIA...



Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.

E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.

E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz.

E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.

A tomar o café correndo porque está atrasado.

A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.

A comer sanduíche porque não dá para almoçar.

A sair do trabalho porque já é noite.

A cochilar no ônibus porque está cansado.

A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.

A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.

A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.

E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a pagar mais do que as coisas valem.

E a saber que cada vez pagará mais.

E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma à poluição.

Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro.

À luz artificial de ligeiro tremor.

Ao choque que os olhos levam na luz natural.

Às bactérias de água potável.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.

Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.

Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.

Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.

E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.

Marina Colasanti

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CIDA MACHADO FESTEJA SUCESSO DO TRATAMENTO




O resultado da avaliação não poderia ser mais animador: os exames indicam a regressão dos tumores no pâncreas e no fígado que levaram a jornalista Aparecida Machado para o Hospital do Câncer de Barretos, em São Paulo. Ela está lá há quatro meses.

A ex-secretária de Comunicação de Feira de Santana e ex-dirigente do Sindicato dos Jornalistas na cidade recebeu as informações na tarde de ontem (31)e logo em seguida, emocionada, concedeu entrevista ao radialista Jorge Bianchi, no programa “De Olho na Cidade”, da Rádio SociedadE.

Ela contou que o resultados apresntado pelos médicos indicam que os tumores estão regredindo no pâncreas e no fígado, o que a deixa aliviada e ainda mais otimista em obter a cura.

“Estou muito feliz com a resposta que tivemos hoje, que mostra que estou no caminho certo nessa fase, que representa metade do meu tratamento até aqui”, disse. A partir de agora, a quimioterapia será mais forte, com nova medicação.

Cida garantiu que continuará firme na luta contra a doença. "Vim para vencer. Meu Senhor me trouxe para tão longe de tudo o que eu amo porque eu tinha que enfrentar essa passagem para voltar mais forte e elevar o nome de Deus em todos os lugares”.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

M DE MULHER: PREMIAÇÃO INTELIGENTE

Vone Santana


Renata Pitombo



O slogan da edição 2011 do M de Mulher não poderia ser mais apropriado: Premiação Inteligente. Nesta quinta-feira (27), no Palácio Fróes da Mota, a partir das 22h, um seleto grupo de 40 mulheres que atuam em Feira de Santana e na Bahia será homenageado na 13ª edição da festa promovida pelo jornalista e produtor cultural Paulo Norberto.

Dentre as homenageadas, a gerente comercial do programa Acorda Cidade, Vone Santana, pelo seu empenho na viabilização do projeto cultural Repórter Mirim por um Dia, que promove a integração dos estudantes com a comunicação e, ao mesmo tempo, beneficia a população carente da cidade.

Outra escolha feliz é a jornalista, professora e escritora Renata Pitombo Cidreira, que acaba de lançar o livro A Sagração da Aparência: o jornalismo de moda na Bahia. Renata tem mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura
Contemporâneas (UFBA) e atualmente é professora da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia e coordenadora do grupo de pesquisa Corpo e
Cultura (CNPq).

Madalena de Jesus

PROFESSORAS DA FTC NO M DE MULHER

Cristiane Souza
Cristina Borges



Mais uma vez o trabalho desenvolvido pela FTC Feira é reconhecido
através de premiação. As professoras Cristiane da Anunciação Souza e
Cristina de Souza Borges Goes, dos cursos de Psicologia e Fisioterapia
respectivamente, serão homenageadas nesta quinta-feira (27) com o
troféu M de Mulher.

O evento, em 13º edição, acontece no casarão Fróes
da Mota, a partir das 22h30 e tem como objetivo distinguir a mulher
feirense nos mais variados segmentos. A iniciativa é do jornalista e
produtor cultural Paulo Norberto dos Anjos.

Professora da FTC Feira, Cristiane da Anunciação Souza coordenou o
curso de Psicologia da unidade entre fevereiro de 2010 a junho de
2011. Atualmente, cursa o Mestrado em Educação pela Universidade
Lusófona de Portugal e tem formação em Neuropsicologia do
Desenvolvimento e Aprendizagem pela Associação Bahiana de
Neuropsicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem.

Já a professora Cristina Borges é coordenadora do curso de
Fisioterapia e da Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar da FTC
Feira. Tem mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de
Feira de Santana. É Sanitarista da Vigilância Epidemiológica da
Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana. Atuou como
fisioterapeuta em clínicas e hospitais da cidade.

As informações são da jornalista Socorro Pitombo, que também já foi contemplada com o prêmio M de Mulher.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

RECEITA DE FELICIDADE











Pegue uns pedacinhos de afeto e de ilusão;
Misture com um pouquinho de amizade;
Junte com carinho uma pontinha de paixão
E uma pitadinha de saudade.

Pegue o dom divino maternal de uma mulher
E um sorriso limpo de criança;
Junte a ingenuidade de um primeiro amor qualquer
Com o eterno brilho da esperança.

Peça emprestada a ternura de um casal
E a luz da estrada dos que amam pra valer;
Tenha sempre muito amor,
Que o amor nunca faz mal.

Pinte a vida com o arco-íris do prazer;
Sonhe, pois sonhar ainda é fundamental
E um sonho sempre pode acontecer.

Toquinho

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA















Como acontece desde 2005, quando foi aprovada uma lei de autoria do ex-vereador Renildo Brito, a Câmara Municipal de Feira de Santana realiza neste dia 20 de outubro uma sessão solene para registrar o Dia das Religiões de Matriz Africana. Será às 19h30, com palestras do professor e cineasta POla Ribeiro, coreógrafo e babalorixá Marcos Caribé e pesquisadora Ilisete Silva.

Religiões de matriz africana são aquelas cuja essência teológica e filosófica seja a oriunda das tradicionais religiões vivenciadas no continente africano. Podem ser divididas em dois tipos: as religiões tradicionais africanas e as religiões afro-americanas.

As religiões tradicionais africanas são aquelas praticadas no continente, geralmente em zona rural e atualmente mais ligada às famílias. Cerca de 29% da população africana praticam suas religiões tradicionais, sendo 35% o cristianismo e outros 35% o islamismo. Cerca de 1% pratica outras religiões, incluindo o hinduísmo.

As religiões afro-americanas estão divididas em dois grandes grupos: afro-caribenhas e afro-brasileiras. Nesta última se inclui o Candomblé, a religião afro-brasileira mais conhecida e celebrada, que se expandiu da Bahia para praticamente todos os estados brasileiros.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

CIDA FESTEJA A VIDA EM BARRETOS











Cercada pelos filhos e um pequeno grupo de amigos, que certamente representou a grande quantidade dos que queriam estar lá, inclusive eu, a jornalista Aparecida Machado comemorou seu aniversário em Barretos (São Paulo). Como sempre, em alto estilo: almoço, bolo, passeio em shopping e muita alegria por mais um ciclo de vida que começa.

Lá estavam Osmário Júnior e Ísis, Victor, Matheus, Márcio, a fiel escudeira Iva, mais alguns companheiros do Alojamento Madre Paulina. Aqui, tão distante geograficamente, mas tão perto pela linha do coração, nos unimos em uma corrente de amor, fé e otimismo para brindar com ela essa data que, mais do que nunca, tem um significado especial para todos nós: VIDA!

Madalena de Jesus