terça-feira, 24 de dezembro de 2013

POEMA DE NATAL


É Natal!
Jesus nasceu!
MAS...
Faltou uma hospedagem na hotelaria,
Um hospital para a parturiente,
Um enxoval para o bebê,
Um berço na estrebaria,
Um Rei para os Magos,
Uma estrela na constelação,
Um anjo no céu,
Um cajado para os pastores,
Um cetro para o Rei-menino,
Um manto real para o Príncipe da Paz,
Uma coroa para o Deus-homem,
Corações para adorar o Salvador do mundo.
É  Natal!
É tempo de amar,
De se confraternizar,
De expressar  sentimentos,
De renovar amizades,
MAS...
O maior sentido do Natal,
É doar o nosso coração,
Ao aniversariante – JESUS.

Lélia Fernandes - 2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

NATAL ENCANTADO: O NATAL DE UMA NOVA ERA



Como se envolvida numa grande aura de paz e fraternidade, a cidade se vestiu de cores e luzes e encarnou, de forma inédita em sua história, o  grande espírito de solidariedade que aproxima  pessoas e povos de todos os continentes irmanados na comemoração  do Natal, data máxima do Cristianismo,  simbolizada pelo nascimento de Jesus Cristo.

O Natal Encantado, idealizado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, junto à Fundação Cultural Municipal Egberto Costa, é uma mudança de paradigma nas comemorações alusivas ao nascimento do Menino Jesus,  em Feira de Santana, tanto assim que a sua execução, que vem ocorrendo desde o dia 10 de dezembro, surpreendeu positivamente toda a coletividade, que não tem faltado aos espetáculos nem poupado elogios à  iniciativa inédita.

Saindo do simplismo das decorações tradicionais, basicamente restritas a iluminações feérica e cenográfica dos espaços públicos mais centrais do Município,  este Natal será lembrado como o início de uma nova era no calendário artístico-cultural da  Secretaria de Cultura, que com isso transforma o que antes era apenas uma comemoração oficial insipiente num grande evento multicultural.  

O que se vê nos palcos espalhados por praças e logradouros localizados no entorno do Centro Comercial é uma variedade de espetáculos que vai desde encenações teatrais, shows de música e de dança, apresentação de orquestras e filarmônicas nacionalmente renomadas, proporcionando aos que nunca tiveram acesso a este tipo de entretenimento, momentos de contemplação e reflexão, embutidos no caráter lúdico e mítico de cada apresentação.

Ao público, cada vez mais encantado com a programação que será encerrada no dia 23, estão sendo oferecidas mais de 100 atrações que começam a partir das 10h, no estacionamento da Prefeitura Municipal, e que se estende por todo o dia, com ênfase para os espetáculos realizados na Praça da Matriz.

Neste local a Prefeitura montou um magnífico presépio em tamanho gigante, com imagens dos três reis magos medindo aproximadamente 2, 5 e que tem sido uma das principais atrações da criançada. Ainda na Matriz, os espetáculos de dança e apresentação de orquestras e filarmônicas têm apanhado um grande público á noite.

A julgar pela presença maciça de populares de todas as faixas etárias prestigiando as atrações do Natal Encantado, inclusive muitos visitantes oriundos de municípios circunvizinhos, o sucesso desta iniciativa obrigará a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer a voltar as suas baterias também para este filão da agenda cultural da cidade, o que, de acordo com o secretário Jailton Batista,  “será potencializado com a captação de recursos da iniciativa privada, o que abrangerá um maior número de atrações e de espaços públicos a serem ocupados pela programação natalina”.

Jorge Magalhães

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MAC ABRE ESPAÇO PARA O EROTISMO

 





Um só tema e muitas abordagens em mostra coletiva 
Os pudicos
são muito engraçados:
às vistas,
a maior das pudicícias;
sozinhos,
se depravam nas delícias...

Os versos do poeta Patrice de Moraes, parte do livro “Eurótico”, de 2005, relançado na quinta-feira, 14, durante a abertura da exposição coletiva Iluminação de Eros, no Museu de Arte Contemporênea Raimundo Oliveira, é uma demonstração de que o erotismo “é uma sugestão contida e não uma linguagem óbvia”, como ele próprio define. Sutileza – às vezes não tão contida – que perpassa todas as obras integrantes da mostra.

Com temática única e visões as mais diversas, a coletiva reúne diferentes linguagens artísticas em um só espaço: pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e literatura. Tudo isso para deleite do público, que é atraído pela perturbadora Medusa em cerâmica de José Carneiro, a nudez quase singela da linda mulher retratada na tela de Nanja, ou os versos sublimes de Roberval Pereyr.

A proximidade entre o erótico e o pornográfico é inevitável. Para a artista plástica Nanja, há ligações entre as duas linguagens e o artista tem total liberdade para criar, mas não confundir. A linha divisória é tênue, mas absolutamente perceptível. Sobre a presença feminina nas obras eróticas, nada mais natural. “A mulher, o corpo, o sexo, tudo se relaciona”, diz.

O poeta e escritor Roberval Pereyr, entusiasta desse convite ao diálogo entre as várias modalidades artísticas, que ele define como “um dinamismo próprio dos tempos contemporâneos”, acha que tanto o erótico quanto o pornográfico são formas válidas de criação. “Para chocoalhar os falsos moralismos”. Até porque a tecnologia permite se criar a partir de tudo.

Certamente foi pensando nisso que a artista visual Jô Félix apostou no projeto, originado pela sua pesquisa de Mestrado e que resultou na exposição do MAC e que inclui ainda oficinas de arte erótica e palestras sobre o tema. Os limites tênues entre o erotismo e a pornografia, diz ela, estão inseridos no contexto artístico-social em que a obra é criada.

A artista também participa da mostra, onde expõe quadros que evidenciam, por meio de figuras de bonecas, “a potencialidade de corpo sujeito aos padrões da sociedade e explorado pela sexualidade”, conforme explica. A exposição, que reúne artistas de Feira de Santana e região, Salvador e Recôncavo, permanecerá em cartaz até o dia 10 de dezembro.

Texto: Madalena de Jesus
Fotos: Letícia Sampaio

terça-feira, 12 de novembro de 2013

COLBERT, UM HOMEM QUE ENCARAVA A VIDA E A POLÍTICA DE PEITO ABERTO






Em 7 de novembro de 1994, a cinco dias de seu aniversário de nascimento, Feira de Santana se despedia de Colbert Martins da Silva, um homem que dedicou a sua vida política à cidade, onde foi prefeito por duas vezes, vereador três e secretário municipal. Foi também e deputado estadual. Seu nome é uma marca indelével na história e no coração das pessoas que acompanharam de perto a sua trajetória e seus projetos para fazer da antiga Vila Comercial uma Metrópole.

A impressão era que ele estava sempre à frente, pensava maior do que todo mundo, queria Feira de Santana não somente como a segunda maior cidade da Bahia, mas como a melhor para se viver. Como um pai, que quer tudo de bom para os filhos, Colbert vislumbrava os feirenses com mais oportunidades de trabalho, mais educação, mais saúde, mais transporte, mais qualidade de vida. E trabalhava para tornar isso real.

Muita coisa importante em minha vida aconteceu durante seu último governo, mas citarei apenas duas: o nascimento de minha filha, Hana Bárbara, hoje com 24 anos; e o concurso que me deu acesso ao serviço público como repórter, função que exerço ainda hoje na Secretaria de Comunicação Social. Criada por ele, vale lembrar, e que teve Jailton Batista, atual secretário de Cultura, Esporte e Lazer, como primeiro titular.

Convivi com esse homem grandioso, que enfrentava a vida e a política de peito aberto, 16 anos. Me ensinou, além do gosto pelo jornalismo político, a importância de colocar o sentimento em tudo que fazemos, pois só assim será bem feito. Me fez entender que filho é, acima de tudo, bênção, quando me aconselhava durante a gravidez de Bárbara, em plena campanha eleitoral, em meus momentos de dúvidas.

Em nosso último encontro, eu morando em Itabuna e vindo a Feira de Santana a passeio, me confidenciou uma certa tristeza com o andamento da política, mas reafirmou que faria tudo outra vez. Sem tirar nem acrescentar nada. Depois disso, retornei à cidade com José Carlos Teixeira, Valdenir Lima e Antônio Carlos Rodrigues, para dividir com seus familiares e todos os feirenses a dor da perda e já começar a experimentar a imensa saudade que sentimos ainda hoje.

Madalena de Jesus

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

QUARTAS MUSICULTURAIS, PALCO DA ARTE E DA SOLIDARIEDADE







A união de música, arte e solidariedade. Esta é a mais fiel definição do projeto Quartas Musiculturais, cuja 3ª edição acontecerá nesta quarta-feira (13), às 19h30, na Fundação Senhor dos Passos, bairro Baraúnas. O público poderá desfrutar de apresentações artísticas contribuindo com apenas 1 Kg de alimento não perecível, que será destinado à Fazenda Boa Esperança Irmã Dulce. O comando da festa solidária será da cantora Luciana Alves que dividirá o palco com convidados especiais.

Dessa vez o público será presenteado com os convidados Paulinho Alabarte que cantará o sertanejo mineiro; Flavinho (Os Barões), que irá pagodear seu ritmo contagiante; Gabriela Moraes, que apresentará a vertente musical do arrochanejo; e Josana Miranda, que mostrará toda performance de romantismo através de sua voz doce. Além da música, as artes do cordel, da poesia e da dança também estarão presentes no palco.  

Serviço:

O que: Quartas MusiCulturais
Quem: Luciana Alves, Paulinho Alabarte, Flavinho, Gabriela Moraes e Josana Miranda
Onde: Fundação Senhor dos Passos, rua Deraldo Alves Costa, 171, Baraúnas
Quando: 13 de novembro de 2013, às 19h30
Quanto: 1 Kg de alimento não perecível

Fonte: Produção do Projeto Quartas MusiCulturais.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ, FAÇA-ME UM FAVOR




Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles. Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus !' Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas ? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Eu não vou estranhar o céu. Sabe porque ? Porque ser seu amigo já é um pedaço dele!

Autoria atribuída a Vinícius de Morais

sábado, 2 de novembro de 2013

AQUI SÓ TOCA QUALIDADE



Quando o Programa da Manhã completou 17 anos, a jornalista Aparecida Machado disse que a receita de sucesso do radialista Tanúrio Brito, que ela definiu como “nordestino cabra da peste”, era fazer o que gosta. E ele gosta mesmo, como também gosta de “criar limo”, o que justifica o fato de estar à frente do único programa há 20 anos na mesma emissora, sem mudar de horário e de locutor.

O programa de Tanúrio Brito vai ao ar todas as manhãs na Rádio Sociedade de Feira de Santana. O nome, revela, foi devido à falta de criatividade mesmo. E pegou. Mudar para que?  Para o pernambucano de Salgueiro, que prega tanto a preservação das raízes que é casado com a mesma mulher há 35 anos, a transformação é necessária, como contraponto à acomodação, mas a longevidade é essencial.

O vínculo com rádio começou ainda em Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco). Na emissora feirense, teve o incentivo de Rogério Santana e todos os diretores e isso ele faz questão de registrar. Os 13 anos de experiência na TV Subaé, também em Feira de Santana, serviram para melhorar a atuação no rádio, que sempre foi o seu destino. E aí Tanúrio abre outro parêntesis, para um agradecimento triplo: a Marcílio Costa, Geraldo Lima e Neire Matos.

Além de fazer o que gosta, como citou Cida, a receita de Tanúrio hoje reúne outros ingredientes. “Credibilidade é tudo e não se deixar levar por vantagens é essencial”, ensina o radialista que se destaca pelo alto nível de informação e que valoriza, acima de tudo, a interação com o ouvinte. “Ainda recebo cartas”, diz, sem esconder o entusiasmo pela relação saudável que mantém com o público.

“Aqui só toca qualidade”. Este é o lema do Programa da Manhã. Mas na verdade, a qualidade vem acompanhada de outros aspectos fundamentais, a exemplo da cidadania. “O programa ajuda as pessoas a exercerem direitos quem muitas vezes elas não conheciam”, comemora o radialista. Católico, Tanúrio Brito acredita que Deus, família e natureza são os elos de ligação mais fortes entre as pessoas. E a fé que emana de suas palavras não deixa qualquer dúvida.

Madalena de Jesus

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AULA DE CORDEL, SIM SENHOR!


Professora Josinete Maria da Silva

O que tem a ver a literatura de cordel com a história do Egito, o trabalho das benzedeiras do bairro Viveiros, em Feira de Santana, ou a importância do rio Nilo para a humanidade? Aparentemente nada. Mas não é assim que pensa a professora Josinete Maria da Silva, que faz do cordel o fio condutor de seu projeto de ensino de História na Escola Estadual Maria Quitéria.

Junto com os alunos, Josinete vem construindo, ao longo dos anos, uma didática inovadora em sala de aula. “Agora preste atenção/Chegou a hora de lembrar/A religião dos Egípcios/Devemos agora mostrar/Eles eram politeístas/Vários Deuses a acreditar”, declama ela, cheia de orgulho, versos do cordel produzido por um grupo de alunos da 5ª série. Já o resultado do que foi desenvolvido nas aulas.

As atividades das aulas de História não se limitam à produção de cordel, cujos temas vêm desde os povos pré-colombianos. São realizados seminários, exposições e palestras sobre esse estilo literário, com cordelistas conhecidos, como Franklin Machado e João José dos Santos (Azulão). O objetivo de Josinete, nesses 21 anos de Magistério, é simples: “Preservar a cultura nordestina”.

A primeira lição sobre cordel foi ainda nos tempos de menina, por volta dos oito, nove anos, quando o pai, “Seo” Carmosino, hoje com 100 anos, comprava os livretos nas feiras e levava para casa, mesmo não sabendo ler. “Eu ainda não dominava a leitura e pedia ajuda a Valda, que era bem mais velha. Ela lia, eu decorava e recitava para meu pai”, conta. Quando a sua estratégia foi descoberta, a pequena Juju já sabia ler de verdade. Muito mais tarde, descobriu que exercia uma função comum na literatura de cordel: era folheteira.

No cordel que conta “A História das Benzedeiras do Viveiros”, a professora Josinete vai além, mostrando uma crença secular preservada por essas mulheres destemidas e denunciando o preconceito de outros tempos, mas que ainda hoje se manifesta: “Por ser cultura de pobre/O preconceito surgiu/Início da Idade Média/Até a Igreja proibiu/A benzedeira da época/Chamada de curandeira/Com bravura prosseguiu”.

Mesmo fora da sala de aula, a educação é a mola propulsora das ações de Josinete. Participa de todas as ações da APLB Sindicato em defesa da categoria, encara os movimentos grevistas de frente - mesmo tendo o salário cortado - e isso também vira versos. “O Onze de Abril no Cordel do Professor”, por exemplo, conta a história da paralisação que durou mais de dois meses na Bahia.

Para Juju, como é conhecida entre amigos, o cordel pode ser até presente em datas significativas ou momentos marcantes. Várias pessoas já foram agraciadas com livretos contando a sua história, a exemplo do aposentado José Feliciano dos Santos e da psicóloga Meire Moura. A jornalista Aparecida Machado também foi presenteada com um cordel, ainda não publicado.

 Madalena de Jesus

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

LANÇAMENTO DE "GRANDES PINTORES FEIRENSES"



Em 28 de novembro de 2007, a Fundação Carlo Barbosa lançou o projeto "Memórias - Pintores de Feira de Santana", com um álbum onde constam biografia do patrono da entidade, textos de críticos de arte sobre sua obra e reproduções de telas do artista. O lançamento do primeiro álbum se deu na Galeria Carlo Barbosa, do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

Em seguida, ainda em 2007, foi lançado álbum sobre o trabalho de Gil Mário. Em 2008, apresentação dos álbuns de Leonice Barbosa e César Romero. Em 2009, a vez do trabalho de Juraci Dórea. Em 13 de dezembro de 2012, lançamento dos álbuns com obras dos artistas Marcus Moraes e Pedro Roberto, no Casarão Fróes da Motta.

Agora, o desdobramento e amplitude do projeto "Memórias" com o lançamento da revista "Grandes Pintores Feirenses", contendo todos os sete artistas plásticos feirenses retratados. Para Lucy Barbosa, presidente da Fundação Carlo Barbosa, a revista atende a uma necessidade didática de escolas que desejam conhecer mais sobre as artes plásticas em Feira de Santana.

O lançamento da revista se dá junto com o lançamento livro "Reminiscências de Feira de Santana", de José Francisco Brandão de Freitas, em noite cultural, na sexta-feira, 1º de novembro, às 19h30, no Casarão Fróes da Motta. A atividade da Fundação Carlo Barbosa é em parceria com a Fundação Senhor dos Passos.

REMINISCÊNCIAS DE BRANDÃO É UM PASSEIO AO PASSADO

Durante 40 anos, o turismólogo José Brandão idealizou o sonho de escrever um livro sobre "memoráveis anos vividos em Feira de Santana". No Rio de Janeiro, à distância, ele nunca esqueceu "as origens, as amizades e os momentos que marcaram uma época com os amigos e conhecidos". Com sua determinação, eis que apresenta seu livro "Reminiscências de Feira de Santana", com lançamento marcado para 1º de novembro, às 19h30, no Casarão Fróes da Motta, em noite cultural, junto com o lançamento da revista "Grandes Pintores Feirenses", pela Fundação Carlo Barbosa em parceria com a Fundação Senhor dos Passos, que com mais esta publicação continua participando da construção da história de Feira de Santana. Brandão conta que "o espírito deste livro é reanimar uma geração ornada de histórias, de assuntos de famílias, de gente pequena e de gente grande, dos acontecimentos de Feira de Santana - trazer ao colo saudosas recordações de um tempo que sempre esteve comigo, mas agora divido com vocês".

Lembranças não apagadas 
Na apresentação, o jornalista Dimas Oliveira diz que o autor expõe "uma visão bem particular da cena social e cultural de Feira de Santana nos anos 50 a 70" e que "através do seu olhar pode-se perceber a transformação da cidade". Diz mais que "não é, nem pretende ser, um estudo aprofundado da história de Feira de Santana. Mas não deixa de ser um recorte na memória do pretérito, resultante de suas anotações pessoais. Vestígios de uma Feira de Santana que não existe mais. A nostalgia está presente com a memória".  
Para Dimas, "as lembranças do autor não são vagas, são vivas e não apagadas. Estão fragmentadas, mas bem costuradas, e rememoram coisas que não existem mais. José Brandão não perdeu pelo seu caminho a memória do período vivido na sua terra". 

Riqueza de detalhes 
No prefácio, o jornalista e escritor Hélder Alencar escreve que "ao rememorar os primeiros vinte anos de sua vida, com enorme riqueza de detalhes, o feirense José Brandão nos leva a passear pela Feira de Santana dos anos 50 e 60". Segundo Hélder, "sem sombra de dúvida, a leitura de 'Reminiscências de Feira de Santana' é um autêntico e maravilhoso passeio ao passado de Feira de Santana. Um presente não só para nós, que vivemos aquele tempo, mas para todos os que se interessam pela vida da nossa querida terra de Santana". 

Em sua apresentação na obra, o jornalista Antonio José Larangeira diz que Brandão "acaba de realizar um trabalho saudosista, onde faz referências àqueles que foram responsáveis pela vida social nos anos de 50 a 70, com um único objetivo de resgatar a história dos que fizeram o movimento social de uma cidade".

Tempo que não volta mais 
O primeiro livro de José Brandão, conforme Larangeira, "mostra um tempo que não volta mais, onde o mesmo leva à todos, momentos memoráveis, como que fazendo um comparativo com os nossos dias. O hoje e o ontem são bem diferentes e por isso o autor desta obra resolveu escrever e mostrar a todos da atualidade Feira de Santana com o outrora de sabor que não mais sentimos. Só reminiscências e só”.

domingo, 22 de setembro de 2013

DESCULPA




Não sei nadar
Ai, meu Deus!
não sei andar de bicicleta
Tenho pânico ao volante
Não sei jogar
tênis
pingue pongue
frescobol
vôlei
basquete
hand ball...
não pratico esportes radicais!
Mas não se ache
não me rebaixe, meu bem!

Eu sei voar!

(Lia Sena)

sábado, 21 de setembro de 2013

CONCERTO INFORMAL E DIVERTIDO










                                                              (Fotos: Letícia Sampaio)


Fadas tocando flauta, piratas e super-heróis tirando som de violoncelos ao lado de personagens imortalizados nos clássicos do cinema ao longo dos tempos, como o poderoso chefão, o aventureiro Indiana Jones o fantasma da ópera ou a noiva cadáver. Errou quem pensou tratar-se de uma peça teatral. Foi o Cine Concerto da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), na noite desta sexta-feira (20), na praça Padre Ovídio. A apresentação fechou, com chave de ouro, as comemorações alusivas aos 180 anos da cidade.

Com um repertório emocionante, relembrando filmes que permanecem na memória coletiva, os mais de 60 músicos, sob o comando do maestro Carlos Prazeres, encantaram e divertiram o público que lotou a praça. Pessoas de todas as idades assistiram o espetáculo musical, dividindo com a orquestra as lembranças resgatadas pelos temas de produções cinematográficas como Cinema Paradiso, Guerra nas Estrelas, Tubarão, Hery Pooter, Homem Aranha e ET – O Extraterrestre, dentre outras.

Durante a apresentação, que contou com efeitos de fogos de artifício e a luz da lua emoldurando o palco, teve até aula. Alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Unef, capitaneados pela professora da disciplina Marketing II, Roberta Carvalho, assistiram o concerto como aprendizado. “Vemos, sobretudo, que há outras formas de aprender”, avalia Evolan Cardoso Araújo, aluno do 5º semestre, ressaltando a importância do ensino superior investir não somente no ensino, mas também em pesquisa e extensão.

A informalidade da apresentação, aliada à  qualidade musical da orquestra, agradaram a dona de casa Alda Rabelo, de Itabuna. De passagem por Feira de Santana, ela diz ter sido “presenteada” com o espetáculo. “É muito bonito ver um concerto no meio da rua, onde todos podem assistir”, observa. O motorista João Magno também aprovou a iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. “Quando tem atração de qualidade, as pessoas prestigiam”, afirma.

É exatamente essa a proposta da Secretaria, de acordo com o titular, Jailton Batista: oportunizar o acesso a essas manifestações, o que ele classifica como “inclusão cultural”. E a resposta do público não poderia ter sido mais satisfatória. Em cada rosto, a expressão de aprovação ao trabalho do maestro, que apresentou um a um todos os integrantes da orquestra, a maioria fantasiada, antes de encerrar a apresentação, vestido de super-homem. Bem apropriado. (Madalena de Jesus)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

SAMBAZOUK: MISTURA DE RITMOS EM DANÇA DE SALÃO



Com uma ampla programação de oficinas de dança ministradas por professores das mais diversas escolas do Brasil, o Zambazouk Feira vai invadir a cidade nos dias 14 e 15 de setembro, misturando ritmos e incentivando a prática da dança de salão. O evento acontecerá no Salão Nobre de Eventos, na avenida João Durval, onde também Serão realizados dois bailes.

O Sambazouk reúne o samba de gafieira, ritmo conhecido mundialmente por ser característico do Brasil, tem suas variações, o samba tradicional e o funkeado, e o zouk, de origem europeia. Apesar de muito conhecido fora do país, o samba ainda tem sua prática concentrada em poucos estados da região Sudeste, a exemplo do Rio de Janeiro e São Paulo. Já o zouk ganhou ao longo dos anos uma adequação na dança, e apropriação aos ritmos brasileiros como, por exemplo, a lambada, passando assim a ter muitos praticantes.

No sábado (14), as oficinas começam a partir das 9 horas, seguindo com sua programação ao longo de todo o dia. No domingo (15) as aulas serão iniciadas a partir das 9h30. À noite, a partir das 21 horas, nos dois dias, acontecem os bailes, com apresentações de dança dos profissionais. Os interessados em participar podem obter informações pelos telefones (75) 3022-2319/9210-9236 ou pelo e-mail sambazoukfeira@hotmail.com e pelo www.facebook.com/sambazoukfeira.

(Com informações de Daniela Oliveira, da Assessoria de Comunicação do evento)

sábado, 17 de agosto de 2013

EXPERIMENTOS SÁDICOS EM NOME DA MEDICINA


Conhecido como o "Pai da ginecologia moderna, J. Marion Sims  obteve essa fama por ser responsável por descobertas sobre a saúde feminina. Mas  essas descobertas foram conquistadas à base de experiências sobre as mulheres escravizadas no Alabama. Mulheres negras foram utilizadas como cobaias em experimentos brutais.

J. Marion Sims manteve sete mulheres negra cativas durante quatro anos. Nesse período elas foram expostas a experiências que as traumatizariam por toda a vida. O médico acreditava que os africanos eram insensíveis à dor e realizava operações cirúrgicas nas mulheres sem uso de anestesia ou condições anti-sépticas adequadas. Os procedimentos experimentais, como histerectomia e laqueadura tubária, foram feitos nessas condições insalubres. As negras escravizadas ainda seriam testadas para avaliação à reação de algumas doenças.

O médico  exerceu com ampla liberdade suas experiências em seus cativos, não sendo incomodado por nenhuma autoridade, pois pela ótica racista estava apenas fazendo testes em ''propriedades'' e não em humanos com direitos. J. Marion Sims tomou sobre sua custódia algumas crianças que serviram também como cobaias com uso de métodos cruéis. Ele não era um caso isolado, muitos outros médicos também se aproveitaram de humanos como cobaias para testes terríveis.

A história do ''Pai'' da ginecologia moderna e demais médicos sádicos pode ser conferida em detalhes no livro de Harriet Washington: ''Medical Apartheid: The Dark History of Medical Experimentation on Black Americans from Colonial Times to the Present''. (sem tradução para português)

domingo, 11 de agosto de 2013

O MELHOR PAI DO MUNDO



Nos separamos há exatos nove anos, dois meses e quarenta e três dias. Foi num domingo, como hoje. A partir de então, meus domingos nunca mais foram os mesmos... Era o nosso dia, mesmo que fossem apenas por alguns minutos. Ainda recordo da frase tão significativa: “Ainda é cedo”, quando caía a tarde e se aproximava a hora de voltar para casa. Era seu jeito de dizer que não queria que eu fosse embora , mas sem cobrar ou impor. Ele se foi aos 83 anos de idade e eu pensei, sem dizer nada, porque já não adiantava: “Ainda é cedo”.  Eu tenho o maior orgulho de dizer que eu tive o melhor PAI do mundo. Todas as honras, hoje e sempre, para Amilcar de Jesus, meu velho Zinho, o verdadeiro heroi de minha vida. Um homem que desafiou o destino e mudou a própria história. 

Madalena de Jesus

terça-feira, 6 de agosto de 2013

TRAÇOS CULTURAIS DE FEIRA NA CAMINHADA DO FOLCLORE



Prosseguem até sexta-feira (9) as inscrições para a 14ª Caminhada do Folclore, evento promovido pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Os grupos interessados em participar devem se dirigir ao Cuca, localizado na rua Conselheiro Franco, 66, Centro, em Feira de Santana. Contato pode ser mantido pelos telefones (75) 3221-9766 e 3161-3014.

Este ano, a Caminhada do Folclore será realizada no dia 18 de agosto (domingo). A saída será às 8h do Centro de Cultura Amélio Amorim, no bairro Capuchinhos, com destino à avenida Getúlio Vargas pela rua Frei Aurelino de Grotramari. Depois, os grupos fazem trajeto de aproximadamente 2,5 quilômetros até o Espaço Cultural Marcus Moraes, Caminhada do Folclore - Arquivojá no centro da cidade.

A Caminhada do Folclore foi idealizada com o propósito de preservar, valorizar e divulgar as manifestações culturais do povo nordestino, a chamada cultura de raiz. É realizada no mês dedicado ao folclore, celebrado oficialmente em 22 de agosto (Dia do Folclore).

A proposta é de um desfile de grupos folclóricos que mostrem diferentes aspectos dos traços culturais de Feira de Santana e de outros municípios da Bahia. Dentre outras manifestações, eles apresentarão puxada de rede, quadrilha, capoeira regional e de angola, literatura de cordel, bumba meu boi, samba de roda, afoxé, reisado, samba e caretas.

Ao longo dos anos, observa a diretora do Cuca, Celismara Gomes, a Caminhada do Folclore “vem passando por um processo de crescimento e revitalização, trazendo para as ruas os grupos realmente comprometidos com a cultura de raiz”. O evento tem atraído a atenção de pesquisadores brasileiros e de outros países que aproveitam a oportunidade para entrevistas e registros fotográficos.

Ascom/Uefs 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CORTAR PALAVRAS




Sempre quis saber se a máxima “Escrever é cortar palavras” era de Carlos Drummond de Andrade ou de Graciliano Ramos. Pela economia de linguagem dos dois, tanto podia ser do poeta quanto do romancista. É a melhor definição do nosso ofício de jornalistas e escritores, que passamos a vida tendo que suprimir ou diminuir texto mais do que acrescentar, o que dá muito mais trabalho. Como dizia o Padre Antonio Vieira, “peço desculpas porque não tive tempo de ser breve”.

Falando disso com Marisa Lajolo e Arthur Dapieve, ela, escritora e professora de Literatura, tinha uma pista. Dias depois, me mandou a cópia de uma crônica do saudoso Armando Nogueira justamente intitulada “Escrever é cortar palavras”. Ele conta que passou “alguns anos” acreditando que o autor fosse Drummond. Mas, melhor repórter do que eu — que fiz uma longa entrevista com o poeta sem tocar no assunto —, Armando matou sua curiosidade indo direto à fonte. O poeta conhecia a frase, informou, “mas negou que fosse dele”. “Desapontado”, continuou sua pesquisa. Otto Lara Resende desconfiava que pertencia a um escritor mexicano, mas de cujo nome não se lembrava.

A busca levou o cronista a John Ruskin, “notável escritor e crítico inglês do século passado” (XIX), autor de um conto antológico sobre um feirante que oferece num quadro-negro o seu produto: “Hoje vendo peixe fresco.” Ao perguntar ao amigo o que achava da propaganda, recebeu a resposta de que a palavra “hoje” era dispensável, por óbvia. O vendedor cortou o advérbio de tempo e perguntou: que tal agora? “Se o amigo permite, tornou o visitante, gostaria de saber se existe aqui na feira alguém dando peixe de graça.” Era claro que não. E o anúncio, depois de perder o advérbio, perdeu o verbo, ficando reduzido simplesmente a um substantivo e a um adjetivo: “Peixe fresco.” Como numa feira presume-se que todo peixe seja fresco, bastaria a palavra “Peixe”. Mas, pensando bem, seria redundante chamar pelo nome o que todo mundo estava cansado de conhecer. Ruskin concluiu então: “O substantivo foi apagado. O anúncio sumiu. O quadro-negro também. O feirante vendeu tudo.”

A moral da história pode parecer uma sutil ameaça a escritores, jornalistas e publicitários. Será que, se a máxima for aplicada com excessivo rigor, acabaremos sendo dispensáveis?

(Zuenir Ventura - O Globo, 22 de julho de 2012)

terça-feira, 30 de julho de 2013

TARDE DE POESIA, DESENHO E CAFÉ LITERÁRIO


A obra Impressões de Instante – poesia, de Lana Mattos, será lançada às 14h30 de sábado (3), na Livraria Nobel de Feira de Santana. Paralelo ao lançamento, vai acontecer o Café Literário, promovido pelo Blog Poetas no Divã, dinamizando o evento com recital de poetas feirenses. Os presentes poderão também apreciar os desenhos de Robélio Rodrigues, ilustrador da obra, que vem de Itacaré (BA), onde se dedica à arte do desenho de retrato.

Feirense, Lana é aficionada pela leitura e escrita desde a infância e formou-se em jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Produziu e roteirizou diversos vídeos institucionais e documentários, escreveu para jornais impressos, revistas e sites, além de lecionar redação para curso pré-vestibular. A autora atua em jornalismo digital e é estudante livre de psicologia e inglês.

Os textos de Impressões de Instante, livro produzido pela Editora Biblioteca24horas, abordam temáticas distintas, como o amor em vários âmbitos, relacionamento interpessoal, o bem viver, a paz, a natureza, a liberdade; alguns também são de caráter social. Eles levam a pensar na vida como um todo, com uma linguagem simples, que um adolescente de nível médio pode entender, mas que certamente fará também um pós-graduado parar, mesmo que por instantes, para observar algum aspecto de sua realidade de uma maneira singular e verdadeira.
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

PIRÂMIDES DE AREIA



[*] Gabriel Varjão Lima

Não sou economista, analista financeiro, contador, administrador - nada disso. Minha formação é em saúde, apesar do interesse que nutro por essas outras áreas. Mas não é preciso ter o gabarito de um Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, para dar-se conta do recente oba-oba promovido por empresas que prometem lucro fácil a quem se compromete a alocar seu suado dinheirinho nelas.

O que é investir? Correndo o risco de parecer simplista, seria destinar capital a determinadas empresas, apostando em seu crescimento futuro, quando então os lucros alcançados seriam compartilhados. Investe bem quem escolhe bem as empresas para aplicar seu dinheiro. Figuras como Benjamin Graham, Philip Fisher e Warren Buffett ganharam rios de dinheiro e atingiram o status de deuses do mercado financeiro através de seus investimentos.

Mas mortais como eu e você, caro leitor, podem aprender a investir de verdade e a conquistar lucros decentes sem ter de se submeter ao, no mínimo suspeito, esquema de pirâmide. Através dele, criam-se empresas que às vezes nem possuem um produto palpável a oferecer para clientes e cuja sobrevivência depende da entrada de cada vez mais pessoas no negócio. E o pior disso tudo é que a população embarca nessa, abalando e crente de estar fazendo um baita de um investimento. Definitivamente, isso não é investir; é especular. E aí o buraco é mais embaixo.

Dinheiro não brota em árvore. Para ele chegar nas mãos de alguém facinho-facinho, como prometem essas empresas, deve sair facinho-facinho das mãos de um outro alguém. Nas empresas que funcionam no esquema de pirâmide, quem está próximo ao topo tende a receber uma boa grana no fim do mês e, enquanto isso estiver acontecendo, os "topistas" ficarão contentes por fazer parte dessa empresa e por ter realizado tal "investimento".

Mas de onde vem o dinheiro do pessoal do topo? Vem dos que estão na base da pirâmide: os "basistas". Enquanto o dinheiro flui freneticamente para suas contas, os "topistas", geralmente pessoas mais esclarecidas, mais bem-relacionadas, melhor graduadas, fazem verdadeiras romarias, principalmente pelo interior dos Estados (óbvio: quanto mais distante dos centros urbanos, menor é o grau de instrução populacional, logo maior será o grau de convencimento dessa gente) em busca de novos "basistas" dispostos a pingar um pouquinho mais em suas contas.

E como é fácil arrancar dinheiro do povo brasileiro. É que manipular fica mais simples em meio à ignorância. E quando não houver mais "basistas" recém-ingressados, o fluxo monetário ascendente será extinto, e aquela pirâmide que outrora parecera ter sido construída com rígidos blocos de concreto, provará ter sido erguida com a mais delicada e fina das areias e se desfará ao sopro da mais leve brisa.

Ganhar dinheiro é bom. Sim, muito bom! O problema é quando dinheiro deixa de ser "uma" prioridade e passa a ser "a" prioridade do indivíduo. Nessas situações, a fronteira entre a ética e a antiética pode ser facilmente rompida. Quem detém conhecimento, detém poder - e é preciso cuidado para não se aproveitar dessa situação. Não são raros os casos de pessoas que se desfazem de bens valiosos, como casas e carros, na vã esperança de auferir os lucros formidáveis prometidos, e posteriormente se veem em maus lençóis porque as promessas não se concretizaram.

A educação formal é deficiente no Brasil. Nessa constatação, enquadra-se também a educação financeira. Enquanto o governo não corrige isso, o que pode demorar bastante para acontecer, por que não fazer como os americanos, que desenvolveram a conta 401(k), na qual o dinheiro do Imposto de Renda de empregados fica retido por anos a fio para investimento no mercado financeiro? Quando param de trabalhar, o montante investido retorna aos cofres do governo, enquanto o lucro das aplicações vai para o bolso dos recém-aposentados, sem nenhum desconto fiscal, gerando possibilidade de uma aposentadoria digna. Alternativas sempre há. Basta disposição para tocá-las adiante. E deixemos o título de maior produtor mundial de pirâmides com o Egito.

[*] É médico. — em Jornal Cinform

sábado, 6 de julho de 2013

BANDO ANUNCIADOR NAS RUAS DE FEIRA

 





Venha só, ou em bando! Com este lema, e com muita alegria e animação, o Bando Anunciador da Festa de Senhora Santana voltas às ruas de Feira de Santana neste domingo (7), com saída prevista para as 7h do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Como acontece a cada ano, a expectativa é de recorde de público e de bandos proveniente de diversos bairros de Feira de Santana e até de municípios vizinhos, nos moldes da festa tradicional e histórica.

O Bando Anunciador da Festa de Senhora Santana aconteceu pela primeira vez em 2007, numa iniciativa da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O objetivo foi resgatar uma das principais festas populares que, durante décadas, atraiu milhares de pessoas ocupando as largas ruas centrais da cidade com cortejos diversificados. Era a parte profana que antecipava as comemorações e homenagens a Senhora Santana, padroeira de Feira de Santana. A festa foi extinta em 1987.

terça-feira, 2 de julho de 2013

SAUDAÇÃO AO CABOCLO


Margareth Menezes

Eu estou aqui
Você mandou chamar
Agora vai ouvir
Eu cantando caçoar

O meu canto é força
O meu canto é magia
E quem em Deus confia
Só Deus pode derrubar

Selei, selei
Meu cavalo selei
Selei, selei
Meu cavalo selei
Vamo embora pra Aruanda
Meu cavalo selei

Na minha aldeia são vinte caboclos
Comigo são vinte e um
Lá vivemos felizes
Lá não se vive no zum zum zum

Não é como nesse planeta
Que junta dois pra falar de um
Não é como nesse planeta
Que junta dois pra falar de um

Selei, selei
Meu savalo selei
Selei, selei
Meu cavalo selei
Vamos embora pra Aruanda
Meu cavalo selei

A RELIGIOSA MEGERA



Ela é uma mulher ríspida, teve infância triste, viveu sob pressão. Seus esposos não foram grandes amantes, mas apenas homens que estavam ao seu lado para cumprirem um papel social: marido explorado. O primeiro era o bobo, cuja personalidade só pode ser comparada a personagens de novelas grotescas, mas carregava consigo certa nobreza típica do proletariado. Este teve um triste fim, estava sobrevivendo em São Paulo e foi assassinado em horário de serviço, ele tentava ganhar dinheiro para sustentar seus quatro filhos e sua “amada” esposa, mas assaltantes também têm filhos e precisam alimentá-los. Quando soube da morte ela cumpriu o papel teatral de vítima amargurada que se pergunta: por que eu? Mas ela não se dava ao luxo de pensar certas trivialidades, a pergunta que surgia na sua cabeça era: e agora quem me sustentará?

Os filhos ficaram em choque com a morte do pai, mas sabiam que a vida continuava. Com a morte do primeiro marido as coisas ficaram difíceis pra ela e seus filhos. Passaram por muitas dificuldades, mas nunca chegaram ao ponto de serem taxados de família morta de fome, pois como tinham nascido em lugar pequeno carregavam em suas genéticas a persistência e labuta de pessoas do campo. Tinham um pedaço de terra, plantavam ali e sobreviviam dali. Algumas pessoas diziam que a viúva receberia uma pensão até seu filho mais novo completar dezoito anos, mas tal afirmativa nunca saiu da boca da mesma. Ela que não era boba nem nada, já estava de olho em mais um partido. Seu nome era Zé Burraldo, um velho com uns 55 anos que também era viúvo, tinha uma quantidade boa de terra, mas também tinha filhos, ou seja, dois. Por sorte da Jararaca o Burraldo ficou gravemente doente e veio a falecer. Ninguém notou tristeza na face da venenosa, pois todos sabiam que a viúva negra só tinha relacionamentos financeiros com seus cônjuges.

A venenosa não herdou lá muitas coisas do Burraldo, mas o que herdou foi suficiente para aumentar seu patrimônio advindo de mortes. Ela ainda não se contentava com o que tinha, mas não tinha em mente mais um casamento, então ela viu em seus dois filhos, coitados em potencial. Ela sabia que seu treinamento (pra não dizer criação) não tolerava questionamentos a respeito de suas táticas de   “guerra”. Ela como bem dizia, era mãe e pai ao mesmo tempo, em uma mão ficava a brutalidade paterna, na outra, bem na outra inexistia a fragilidade materna.

Quando seu filho mais velho completou dezesseis anos ela tratou logo de enviá-lo a São Paulo, lá ele sofreu um bocado, pois não tinha quase nenhum estudo, mas carregava em sua genética a “treiterisse” da sua querida mãe. Ele começou trabalhando como ajudante de cozinha, depois montou um restaurante, não com o dinheiro que ganhou do seu primeiro emprego, mas sim em consequência do segundo: tráfico de drogas. Mas em nossa majestosa sociedade não importa o que você não tem, e não importa de onde veio o que você tem, o que importa na verdade é ter o que poucos têm. Seu querido filho comprou vários bens e deu de presente para ela, a mesma achou tal ação o mínimo, já que na visão dela filhos servem apenas de muleta para os pais.

Ela é todo orgulho, exibe se para os amigos da igreja, sim ela agora é uma religiosa, pois já é uma senhora de idade e em lugares pacatos estar numa religião torna a pessoa melhor que aqueles que não estão. Agora ela mostra para todos o que é o certo e o que é errado, sim caros amigos ela acha-se a mãe da sabedoria. Seus conceitos sobre a vida são horrendos e só mostram o quanto monstra ela foi à criação dos seus eternos explorados. A purificada tem certeza que Deus reservou algo especial pra ela, mas o que todos concordam é que no inferno tem uma suíte presidencial à espera da megera.

Por Deivison Santos


quinta-feira, 27 de junho de 2013

TRIBUTO A OLNEY SÃO PAULO

Henrique Dantas

A Fundação Senhor dos Passos, através do Núcleo de Preservação da Memória Feirense, com apoio da Prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, traz à tona para o público a importância do cineasta Olney São Paulo, muitas vezes esquecido da memória coletiva.

O cineasta Henrique Dantas (Foto: Reprodução), autor dos filmes "Ser Tão Cinzento", 2011, e "Sinais de Cinza: A Peleja de Olney Contra o Dragão da Maldade", 2012, será o palestrante da edição 2013 do "Tributo a Olney São Paulo", que será realizada no dia 9 de agosto, às 20 horas, no Teatro Frei Félix de Pacatuba, no Centro Comunitário Ederval Falcão. Na mesma programação, lançamento de DVD contendo o primeiro filme de Olney, "Um Crime na Rua", realizado em 1955.

Os filhos de Olney, Ilya São Paulo e Olney Júnior devem marcar presença no evento in memoriam.

Henrique Dantas

Graduado em Administração de Empresas pela Unifacs, em artes visuais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Ufba, também é autor do filme "Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano, de 2009.

Fonte: Blog Demais 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

ORAÇÃO DE SÃO JORGE





Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. São Jorge, rogai por Nós.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

DA TELA DO CINEMA PARA OS PALCOS


Show no São João de Cruz das Almas
Fotos: Edtonio Solidade

“A sanfona me levou ao cinema; o cinema me levou para o São João”. A afirmação é do forrozeiro – é assim que ele gosta de ser chamado – Chambinho do Acordeon. Ele se refere ao filme em “De Pai pra Filho”, em que representou Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, sua maior fonte de inspiração.  É do velho Lua quase todo o repertório de seu show, que vale muito a pena assistir-ouvir-dançar.

Nivaldo Expedito de Carvalho de nascimento, paulista que passou pelo Piauí e ganhou o mundo, traz consigo o bom gosto musical que carrega desde menino, ao ouvir os primeiros acordes da sanfona do avô Zezinho Barbosa. Ele até que tentou enveredar por outros ritmos, como o samba e o pagode, mas acabou ficando mesmo com o forró.

Defensor da música tradicional nordestina, o cantor paulista não abre mão da indumentária típica dos forrozeiros: o jaleco e o chapéu de couro, adereços imortalizados pelo Rei do Baião. Não foi à toa que ele foi escolhido entre 5 mil candidatos para interpretar Luiz Gonzaga no cinema. Era o destino conspirando a favor de uma carreira que deslancha a todo vapor.

Com uma timidez quase infantil, Chambinho se emociona ao falar da oportunidade que o filme de Breno Silveira lhe deu. “Foi um divisor de águas em minha vida”, diz. Para os jovens amantes do forró, ele deixa um conselho: “Estudem e deixem a música fluir pelos poros”. É o que ele vem fazendo. E o resultado não poderia ser melhor.

Madalena de Jesus, jornalista, professora e apaixonada por forró



domingo, 23 de junho de 2013

VERSOS DE ONILDO BARBOSA




Quando o dia vai embora
A tarde é quem sente a queixa
O portão da noite abre
A porta do dia fecha
A boca da noite engole
Os restos que o dia deixa.

Onildo Barbosa, poeta e cantador paraibano

sábado, 22 de junho de 2013

MOMENTOS DO SÃO JOÃO DE CRUZ DAS ALMAS



















“Terra e Semente – A Festa da Nossa Gente” é o tema do São João de Cruz das Almas, que este ano apresenta uma série de mudanças. A principal delas é o local. A festa sai de uma área isolada e vem para o centro da cidade. O Arraiá é na Praça Senador Themístocles. Grandes atrações e trios de forró pé de serra se revezam na animação dos moradores e turistas que tomam conta da cidade nestes cinco dias. Mas na verdade, o São João começou ainda em maio, dia 30, e vai até o dia 30 o dia junho. São 30 dias de muito forró! Aqui o registro de alguns momentos pela lente de Renivaldo Luz.

Madalena de Jesus