sexta-feira, 25 de maio de 2012

"QUEREMOS SER NEGROS DE CABEÇA ERGUIDA, COMPLETOS”.




Ela ainda acredita em uma "sociedade de iguais", onde as pessoas possam ser livres e viver em paz. Ela acredita que  há de existir um lugar onde as liberdades sejam exercidas e que ninguém precise usurpar nada do outro. Ivanide Rodrigues Santa Bárbara sabe muito bem do que está falando, porque mesmo sendo parte da maioria da população, que é negra, contraditoriamente, sempre esteve no lado das minorias. Atualmente coordenadora municipal do Movimento Negro Unificado e coordenadora estadual do mandato do deputado federal Luiz Alberto (PT–BA), a guerreira de fala mansa e sorriso matreiro já começou a vida quebrando regras: nasceu em um lugar, mas foi registrada em outro. Nasceu em 28 de junho de 1950 em Castro Alves, mas foi registrada em Santa Terezinha. Tentou cursar Economia na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), chegou a ser aprovada no vestibular, mas não pode terminar. "Como toda mulher pobre, tive que lutar pela vida e por isso abandonei o curso", conta, sem demonstrar mágoas com a vida. Casada, tem três filhos – um homem e duas mulheres – e quatro netos. Sua religião, nem é preciso perguntar. É o Candomblé, com muito orgulho, claro. Ivanide define-se como uma mulher em busca do seu sonho e garante que vai morrer lutando por ele. Mas a sua capacidade de sonhar tem que ser grande mesmo, porque o seu sonho não é individual, é para toda a sociedade: a verdadeira democracia.

Fale um pouco sobre sua origem e ascensão nos movimentos sociais.

Comecei no final da década de 1970, participando de algumas movimentações em um momento em que eu estava despertando a consciência política para esses movimentos sociais. No início da década de 1980 eu estava trabalhando fora de Feira de Santana, voltei e me inseri na associação dos servidores da minha categoria, servidores públicos estaduais, já que eu era funcionária da EBDA. Ali passei um bom tempo, pois logo depois a associação se transformou em sindicato e já em 83 eu comecei a militância partidária pelo Partido dos Trabalhadores. Sou quase fundadora desse partido.

Em que momento se dá a junção da militância sindical com a militância partidária?

A minha militância se aprofunda do ponto de vista sindical e partidário quando eu entro na discussão da fundação pró-CUT regional aqui em Feira de Santana e em 1988, com um grau de consciência mais ampliada, sou convidada pelo meu partido para assumir o posto de candidata a vice-prefeita de Feira de Santana, para chamar a atenção da questão racial, já que nesse ano foi o centenário da abolição da escravatura. Participei naquela eleição e quatro anos depois, já fazendo parte da executiva do partido, fui candidata a vereadora e segui meu caminho nessa trilha. Surgiu ainda o movimento de mulheres do PT aqui de Feira de Santana em que eu fiz parte, briguei pela Delegacia da Mulher, que só veio para a cidade muitos anos depois.

Existem duas fases historicamente no país, que é a ditadura militar e a época da redemocratização. Quais os avanços dos movimentos sociais entre as mulheres e os negros, comparando com o período da ditadura?

Sem dúvida o pós-golpe militar trás uma fleuma, um sentimento de liberdade muito grande e esses grupos sociais começam a reorganizar-se já que o golpe militar desbaratou a todos, mas ele vem de bem antes. Desde o Teatro Negro, da Frente Negra Brasileira. E trazemos isso até as cotas. Isso do meu ponto de visto veio com uma maturidade muito boa, nós avançamos fazendo a avaliação dos erros, das falhas, das carências diante do golpe militar. Assim começamos a conquistar alguns pequenos espaços. No caso do movimento negro, alguns anos depois conseguimos fazer parte da Conferência de Durban, na África do Sul, e no governo de Fernando Henrique, pela primeira vez, o estado nacional admite que o Brasil é um país racista. E o presidente declarou isso em Durban. Isso pode parecer pouco, mas para nós foi muito importante porque a partir do momento em que a oficialidade brasileira assume que o Brasil é um país racista, nós podemos comprovar nossas denúncias e lutar por políticas públicas.

E quanto às mulheres?

Para o movimento de mulheres funcionou fortemente aqui em Feira de Santana o Brasil Mulher, que era uma organização nacional de mulheres advindas da esquerda e que lutaram pela constituinte participando ativamente da mobilização. Desses movimentos é que nós conseguimos situações e mobilizações, por exemplo, como a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres com status de Ministério e conseguimos depois trazer isso para os estados. Ter hoje em feira de Santana instrumentos como o Centro de Referência da Mulher, a possibilidade já real e concreta da chegada da Casa Abrigo, isso tudo é avanço e fruto daquelas lutas que para nós foram importantes, que estão nos trazendo a um grau de organização mais sofisticada onde podemos efetivamente apoiar as nossas companheiras violentadas, carentes, desinformadas na maioria das vezes.

O Supremo Tribunal Federal definiu com apenas um voto contrário que a política de cotas é constitucional e resgata historicamente uma discriminação que houve no país. O que isso representa na luta dos movimentos sociais e em especial o movimento negro?

Como essa reivindicação é muito preciosa para nós, povo negro, que temos consciência desse abismo que existe entre o acesso da comunidade afro-descendente e os não negros às faculdades, não conseguiríamos tirar essa diferença e essa luta por igualdade não chega nunca se você não tratar desigualmente os desiguais. Então esse reconhecimento da constitucionalidade das cotas para nós é um passo importantíssimo. Não precisamos mais lutar pela sua manutenção porque o país já reconhece isso, o estado já reconhece isso.

Isso que dizer que está tudo resolvido, que basta, ou ainda há novas conquistas a se buscar?

Agora vamos avançar para outros setores que não sejam apenas as universidades. Nós queremos aprofundar a discussão das cotas na comunicação, como conseguimos em alguns espaços de poder no Legislativo e no Executivo, na administração geral. Na diplomacia brasileira queremos diplomatas negros, porque existe uma peneira que cerceia a liberdade dos intelectuais negros quando chega a esse acesso no Itamaraty. Ele abre espaço para que avancemos nas conquistas. Não vamos mudar essa sociedade e eliminar o racismo se nós não acessarmos o conhecimento organizado, nós povo negro. Se não tivermos acesso a boas universidades e construirmos opiniões públicas escrevendo livros com o que pensamos da nossa história. Até agora pouco são os livros escritos por negros ou negros. Em sua maioria os livros são brancos contando a nossa história e sem dúvida qualquer setor da sociedade quem conta a história do outro aumenta um ponto ou diminui. Por isso a briga por esses acessos para que possamos ser parte da construção intelectual desse país. Queremos que o futuro dessa nação tenha negros e negras de cabeça erguida, sabendo-se seres humanos completos. Esse foi um passo espetacular.

A questão econômica também não seria outro fator que está contribuindo para essa discriminação racial no país?

Sem dúvida. O fator econômico é um elemento primordial nessa discussão. Agora não é só ele, porque antes de Durban essa era a opinião nacional, de que não existia racismo no Brasil, só diferença de poder econômico. Então interessava aos colonizadores, a elite, passar a idéia de que a discriminação vinha por conta da falta de posses e nós conseguimos provar que não. No meio dos pobres, dentro da favela uma família branca se julga melhor do que a negra, assim como na elite um indivíduo como Pelé, que fez história na sociedade, foi comparado pelo Fernando Henrique como “a coisa preta mais importante desse país”. Segundo ele eram duas coisas pretas mais importantes: Pelé e o asfalto. Há discriminação em todos os níveis, que ultrapassa a idéia de poder econômico. Para acessar o poder econômico é preciso conhecimento. Estamos na era da tecnologia, se você tem negros e negras de periferia, que não consegue sair do ensino médio e que não tem condições de acessar a tecnologia de ponta, quando é que essas pessoas virarão história e terão poder real?

Falando sobre política. Quando a senhora foi escolhida pelo PT para ser candidata a vice-prefeita de Zé Neto e logo em seguida outro nome ocupou o seu lugar. Chegou a se falar que o seu substituto traria recursos para a campanha e a senhora, inclusive assinou um documento retirando a sua candidatura. Isso tudo foi superado?

Eu hoje vejo sem nenhum problema. À época eu não posso negar que foi uma questão séria e profunda, tivemos várias discussões em meu partido para dirimir os problemas. Mas é preciso que se saiba uma coisa: eu sou quase fundadora desse partido, portanto o programa, os princípios do meu partido me regem, me disciplinam e me orientam. E por conta disso eu aprofundo todas as questões, mas eu avanço com a bandeira do partido onde ele levar desenvolvimento para a camada social mais pobre e passo por cima de qualquer coisa. Naquele momento houve um desgaste muito sério, incompreensões de parte a parte. Acho que um setor do partido não entendeu a importância naquele momento do nosso nome, mas também não coloco juízo de valor afirmando que o que aconteceu foi intencional, para me derrubar, por que eu conheço a disputa interna do meu partido, eu nasci e cresci nesse partido politicamente indo para o embate. E isso para mim é que é positivo lá dentro, porque a democracia se faz de fato. Não tem essa historia de alguém chegar e apontar o dedo que aquele será o candidato ou candidata. Nós vamos “para o pau” mesmo, para a disputa e foi o que aconteceu naquela situação. Um setor do meu partido achou que meu nome não acumulava e não tinha possibilidade de fazer crescer a candidatura majoritária e lutou pela retirada do meu nome. Ficou o desgaste, mas passamos todos por cima e avançamos.

A senhora viu o PT crescer dentro dos movimentos sociais, nas fábricas, nas faculdades, nas escolas de segundo grau e hoje a senhora vive o PT do poder. O que mudou?

O PT de antes era gostoso e ótimo de levar porque levávamos com uma paixão, com o sonho de que tudo era possível. Nós éramos a pedra e hoje nós somos a vidraça. Então é bom carregar o PT hoje porque com toda a dificuldade que ele possa ter, com todos os percalços que nós possamos estar tendo que superar, eu tenho consciência e continuo mantendo a minha certeza de que vale a pena as conquistas que nós temos tido no partido. Hoje eu queria poder dizer, como eu dizia antes, que era “possível fazer algo amanhã, não fez porque não quis” e hoje que nós somos governo, eu sei muitas coisas que nós queríamos já ter feito e não fizemos não porque não queremos, mas porque não conseguimos, não podemos tudo.

Quando Lula era presidente da República o PT passou por algumas dificuldades, como o “Mensalão”, e agora ministros de Dilma Rousseff deixaram o governo envolvidos em corrupção. Ambos afirmam o partido tem cortado da própria carne. A senhora também tem esse entendimento?

Sem dúvida. E digo mais: penso que o que vem acontecendo na história de Lula para cá precisava acontecer no Brasil. Eu digo que o país está sendo passado a limpo pós-Lula. Porque a sociedade sabe que a corrupção não começou no governo Lula. O que acontece é que nós tivemos a coragem suficiente necessária para deixar vir à tona e tirar debaixo do tapete a sujeira e a podridão que estava ali. Mesmo que isso envolvesse pessoas nossas também. Isso é cortar na carne. Eu acho que o que vem acontecendo é muito doído, mas o Brasil precisa passar por isso.

Não poderia deixar de falar sobre o seu projeto político. A senhora tem pretensões de ser candidata a vereadora pelo PT no próximo pleito e inclusive com o nome de Zé Neto para prefeito. O que a Câmara de Feira de Santana pode esperar de Ivanide Santa Bárbara como vereadora?

Eu penso que a Câmara de Feira de Santana e a sociedade podem esperar de mim a continuidade desse embate que eu trago contra injustiças sociais na cidade há muitos anos. Eu não saí daqui, passei parte da minha infância e da minha adolescência num bairro extremamente difícil e de maioria negra, que é a Rua Nova, meu berço. Eu não fechei os olhos, nem virei as costas. Eu continuo lutando por cada mulher e homem, sejam negros, brancos, pobres, denunciando e organizando pela base. E eu pretendo continuar fazendo isso, fiscalizando as ações que venham prejudicar esses grupos sociais. Eu espero poder ter um exercício, no caso de conseguir a eleição, de fazer e aprovar alguns projetos que tenho em mente para melhorar a vida da sociedade feirense na área do transporte coletivo, na área social em geral, que possa efetivamente mudar a cara de Feira e ajudar o Executivo a fazer uma administração mais democrática.

Qual a sociedade dos seus sonhos e que a senhora pensa para o povo brasileiro?

Uma sociedade de iguais. De justiça e igualdade. Uma sociedade onde as pessoas possam andar, viver em liberdade e em paz, sem essa violência absurda que assola o mundo ultimamente, podendo ter e manter uma família com dignidade, com o suor do seu rosto sem precisar usurpar do outro. Um lugar onde as liberdades possam ser exercidas, onde eu possa dizer o que eu penso sem medo de ser retaliada, torturada e punida pelo meu pensar, sem censura, exercendo a liberdade e democracia. É essa a sociedade que eu espero.

Fonte: Site Bahia na Política



quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS MELHORES DA MICARETA











Texto: Secom/PMFS

Os melhores da Micareta 2012 foram reconhecidos pelo público na noite de terça-feira (15). A 11ª edição do Troféu Oscar Folia foi realizada no Teatro do Centro de Cultura Amélio Amorim e contou com as presenças de artistas, produtores e empresários, além do prefeito Tarcízio Pimenta; primeira dama e deputada estadual, Graça Pimenta.

A Micareta, realizada pela Prefeitura de Feira de Santana entre os dias 19 e 22 de abril, reuniu diversas atrações nacionais e locais que animaram o folião pipoca, dentre elas: Ivete Sangalo, que retornou à Feira de Santana após seis anos, Chiclete com Banana, Magary Lord, Margareth Menezes, Carlinhos Brow, Pablo, Paulo Bindá e Márcia Porto, dentre outros.

Os eleitos foram escolhidos pelos foliões, através da internet. Este ano o internauta escolheu entre 94 indicados em 22 categorias. A denominação do troféu é uma homenagem a um dos criadores da Micareta, Oscar Marques que se estivesse vivo completaria 100 anos em 2012.

A dançarina Roseane (ex- Gang do Samba) e o cantor Ninha, da banda Trem de Pouso, foram os mestres de cerimônia do evento, apresentado também pelo diretor da Revista Alternativa, Girlânio Guirra, e Edilson Veloso. O cantor sertanejo Eduardo Melo também marcou presença.

Promovido pela revista "Alternativa", o Troféu Oscar Folia chega a sua 11ª edição premiando aqueles que se destacaram no mais antigo Carnaval fora de época do país. O prefeito destacou o empenho de todos que trabalharam pelo sucesso da festa. “Este é um momento importante para comemorar o sucesso da Micareta 2012. A Micareta de Feira, sem dúvidas, voltou a ser a maior festa do interior, reunindo grandes artistas e maior número de foliões”, considerou.

Foram classificados como destaques os blocos Trotte (quarta universitária), Abraçaê (solidário), Aviões Elétrico (Alternativo), Lá Vem Elas (irreverente) e A Tribo (tradicional). O prêmio de cantor revelação foi para Levi Lima, vocalista da Jammil, e como cantora revelação se destacou Luciana Alves. A melhor cantora eleita pelos internautas foi Alinne Rosa e Saulo Fernandes, melhor cantor. Maryzélia como melhor atração de Feira de Santana.

A melhor música da Micareta 2012 foi “Inventando Moda”, de Magary Lord. Ivete Sangalo conquistou o título como melhor atração pipoca, enquanto a Banda Eva conquistou o título de melhor banda de axé, Saiddy Bamba (pagode) e Duas Medidas (revelação).

Também foram premiados Dj Agenor (melhor camarote); Barracão de Educação Física (melhor barracão); Micareta Feira (melhor site); Transamérica FM (melhor programa de rádio); Bafo Summer Time (melhor prévia da micareta); Feijoada Noite & Dia (melhor feijoada); bloco Folia Caipira (melhor abadá); Agência Arte Capital (melhor campanha publicitária).


terça-feira, 15 de maio de 2012

BARBA, CABELO E BASEADO

Por Milton Brito

É de estarrecer, a notícia desta manhã, divulgada pela Band, quando se anuncia a reunião de estudantes da USP, em prol da Permissividade, no que tange ao consumo de drogas, incluindo a maconha e o álcool.

Indignados, os permissivistas, reagem.

A reação dos alunos da USP se deu por causa da matéria publicada no portal do Jornal Primeira Página (www.jornalpp.com.br) no dia 10 de novembro, quando cerca de mil estudantes realizaram assembleia decidindo pela paralisação dos dias 17 e 18 de novembro. Na matéria foram relatados os ataques feitos à Polícia Militar, que alguns alunos estavam consumindo bebida alcoólica e o fato de alunos utilizarem a palavra durante o ato fazendo menção a descriminalização da maconha. Porém o tema não foi colocado em pauta pela direção do Caaso, mas em quatro falas o tema foi abordado dando apoio à descriminalização.

Descriminalização: Acto . Ato . Ato ou efeito de descriminalizar, de não tratar como crime ou como criminoso. ≠ = CRIMINALIZAÇÃO. descriminalizar - Conjugar (des- + criminalizar) ...

A notícia publicada pelo portal do Jornal Primeira Página (www.jornalpp.com.br ) foi recorde de comentários e acessos. Foram mais de 72 comentários contra ou a favor dos estudantes, além de a notícia receber mais de 5 mil acessos durante todo o dia.

Uma “pérola” de comentário:

“Meu, por que as pessoas querem desvalorizar as questões que os estudantes da USP estão levantando colocando esse lance do consumo das drogas e de bebidas alcóolicas? Que puritanismo barato é esse que está assolando essa sociedade? Puritanismo embebido de HIPOCRISIA, claro. Dane-se se eu ou quem quer que seja consuma ou não drogas, álcool e o diabo nesse país, mas a questão é: me diga onde mais rolam drogas!” Joyce (Unesp/Araraquara)

Felizmente a lucidez:

“Olha não quero ser radical nos comentários, mas sabe não dá mais para aguentar esses universitários arruaceiros por aqui. Há um monte de estudantes do bem, que entendem a sua função de estudantes, mas estes baderneiros do Caaso merecem ser colocados atrás das grades. Eles atentam contra o bem comum, contra a moralidade e contra a boa universidade pública. CHEGA DOS LOUCOS DO CAASO”.

Jurandir Caromano Silva

Comentário sobre o uso de Drogas:

Carlos Newton

O documentário “Quebrando o Tabu”, apresentado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defende uma tese que merece repúdio da sociedade. Todos os países que liberaram o consumo de drogas estão voltando atrás, como ocorre na Holanda, na Suíça e em Portugal, onde passaram a ser assistidas cenas deploráveis de dependentes se injetando na veia, em plena rua.

A USP precisa ser revista, com vistas no passado.

Vejamos alguns alunos antes da decadência da maior Universidade do País, hoje abrigando verdadeiros marginais da formação profissional e da intelectualidade.

Alunos célebres

Presidentes da República*: Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Penna, Wenceslau Braz, Delfim Moreira, Arthur Bernardes, Washington Luís e Jânio Quadros.

Vultos políticos: barão do Rio Branco, Ruy Barbosa, Ulysses Guimarães, Roberto Costa de Abreu Sodré, Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto, Almino Affonso e Miguel Reale.

Poetas: Álvares de Azevedo, Castro Alves, Fagundes Varela, Hilda Hilst, Guilherme de Almeida, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari e Paulo Bonfim.

Escritores: José de Alencar, Raul Pompéia, Monteiro Lobato, Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Lygia Fagundes Telles.

Jornalistas: Júlio de Mesquita Filho, Otavio Frias Filho, Mino Carta, Roberto D’Ávila, Salomão Esper e José Paulo de Andrade.

Artistas: José Celso Martinez Corrêa, Renato Borghi, John Herbert, Renato Consorte, Vida Alves, Juca de Oliveira, Francisco Cuoco, Raul Cortez, Paulo Autran e Luciano Huck.

Cineasta: Nelson Pereira dos Santos.

* Sobe para 12 o número de ex-presidentes se considerarmos também Júlio Prestes, eleito, mas que não assumiu em razão da Revolução de 1930, José Linhares e Nereu Ramos, ambos interinos por curtos períodos.

LIBERALISMO SIM. LIBERTINAGEM NÃO.

A DEGRADAÇÃO DOS COSTUMES LEVA UM PAÍS AO CAOS.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

SOB O CÉU DE PARIS



Texto extraído do blog Sob o Céu de Paris, assinado por Penélope.

Outro dia, uma moça que eu tinha acabado de conhecer, ao saber do Sob o céu de Paris, me perguntou: "Quais são as suas músicas francesas preferidas?". Claro que, na hora, eu congelei, e lembrei imediatamente de Nick Hornby e seu ótimo "Alta Fidelidade". A minha resposta foi um grunhido, seguido de um suspiro que terminou com um sorriso e um sincero "Eu não sei!".

Fiquei invocada com aquela pergunta tão abrangente. Especialmente porque a maioria das pessoas, quando fala em música francesa, pensa logo em Piaf, Gainsbourg e Montand. E eu (e você que acompanha este blog) sei muito bem que música francesa não é um estilo, e sim um universo inteiro de gêneros. Assim como a música brasileira, a americana e a inglesa.

Mesmo assim, fiquei refletindo e resolvi fazer uma lista. Fui correndo pedir ajuda ao meu iTunes para ver as mais tocadas entre as canções francesas e decidi fazer duas listas que agora compartilho com vocês.

A primeira, são de clássicos da chanson: aquelas músicas já imortais feitas pelos grandes e consagrados nomes. A segunda é a safra da nouvelle scène, com os jovens de quem gosto e que vivem aparecendo por aqui. Gostaria de lembrar que, para aqueles que quiserem saber mais sobre esta safra, eu fiz uma lista no fim de 2009 destacando os melhores discos da década.

Os clássicos:

1. Non, je ne regrette rien - Edith Piaf

2. Douce France - Charles Trenet

3. Le moribond - Jacques Brel*

4. Que reste-t-il de nos amours - Charles Trenet*

5. La Mer - Charles Trenet*

6. Comme d'habitude - Claude François*

7. Quand on n'a que l'amour - Jacques Brel

8. J'ai deux amours - Josephine Baker

9. Avoir un bon copain - Georges Brassens

10. Jolie Mome - Léo Ferré

* Todas estas foram traduzidas para o inglês e tornaram-se grandes sucessos. Na ordem: "Seasons in the sun" (mega hit do pouco conhecido Terry Jacks); "Beyond the sea" (catapultou Bobby Darin ao estrelato junto com "Mack the knife"); "I wish you love" (que já foi cantada por tanta gente, que nem sei qual é a versão mais importante, mas deve ser a do Nat King Cole) e "My way" (hino absoluto de Frank Sinatra).

Obs.: Perdoem-me as três de Charles Trenet, não posso fazer nada se o homem era um gênio.

Obs. 2: Não reparem a ausência de Gainsbourg na lista. É que ele merece uma só pra ele e farei em breve, em comemoração ao seu aniversário).

Nouvelle scène française:

1. Ton héritage - Benjamin Biolay

2. Sympathique - Pink Martini (são americanos, mas essa música é completamente francesa)

3. Fanny Ardant et moi - Vincent Delerm

4. Louise - Thomas Fersen

5. J'suis pas d'ici - Thomas Dutronc

6. Dis-lui oui - Bénabar

7. Bientôt - Coralie Clément

8. Comme des enfants - Coeur de Pirate

9. Soulman - Ben L'Oncle Soul

10. Celle de mes 20 ans - Mélanie Pain

quarta-feira, 9 de maio de 2012

SER MÃE É CARREGAR FILHO, NO VENTRE E NA VIDA




O prazer da maternidade presenciado no Hospital da Mulher



Por Renata Leite/Secom PMFS

 
Elas são de Feira de Santana e região. Algumas vêm até de outros municípios mais distantes. No ventre trazem a esperança e o início de uma nova etapa da vida. E mais do que isso: carregam o significado de ser mãe. No Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher) Daniele Evangelista, 23 anos, e Jéssica Santos, 21, aguardam pela chegada de Maria Eduarda e Pedro, respectivamente.

Neste domingo (13), elas terão motivos a mais para comemorar o Dia das Mães. A estudante Jéssica já pôde vivenciar este prazer. A primeira alegria foi há sete anos, quando nasceu Gustavo, o primogênito. Depois vieram Cleiton, hoje com quatro anos, e Ana Clara de três. “Sou privilegiada. Muitas mães não podem ter filhos e Deus me honrou com quatro”, comemora.

Aos oito meses de gestação, Daniele aguarda com grande expectativa a chegada de Maria Eduarda. “Já posso dizer que a minha vida mudou. Hoje me considero mais responsável e madura. Não vejo a hora de olhar para o rostinho dela e poder amamentá-la”, contou a estudante enquanto aguardava pelos exames que iriam indicar a necessidade ou não de uma cesariana.

Acomodada em um dos leitos da maternidade, climatizada e dotada de aparelho de televisão e berço em acrílico, Alexandra Costa, 36 anos, não tira os olhos dos gêmeos Reinan e Ronald. Eles nasceram no último dia 1º de maio. Moradora do município de Conceição do Jacuípe, a dona de casa optou pelo Hospital da Mulher para dar à luz. “Aqui fiz o pré-natal e recebi toda atenção necessária para ter um parto tranquilo”, relata.

A notícia da gravidez foi uma surpresa para Alexandra. Ela não imaginava que poderia gerar mais filhos, pois teve que se submeter a tratamentos para engravidar pela primeira vez. “Não fazia parte dos meus planos ter mais filhos e também não acreditava que poderia engravidar novamente. Mas, agora estou curtindo a novidade de ser mãe de gêmeos. É uma sensação incrível. Cada momento é de descoberta”, comenta.

Mãe Canguru

Assim como Alexandra, Jéssica e Daniela, inúmeras outras mulheres terão a alegria de comemorar o Dia das Mães. Somente no Hospital da Mulher, nos primeiros três meses deste ano, foram realizados 1.083 partos – 357 (janeiro), 346 (fevereiro) e 380 (março). Na unidade hospitalar já receberam alta ou ainda estão internadas pacientes que foram submetidas ao método Mãe Canguru para ajudar na sobrevivência de bebês que nasceram prematuros.

Quem está passando pela experiência de ter um contato mais íntimo com o filho após o parto é Elvira Gomes dos Santos, 32 anos. O pequeno José Arthur nasceu com apenas 30 semanas de gestação e pesando 1,5 quilo. Ele ficou internado alguns dias na UTI Neonatal. Agora, amarrado ao corpo da mãe, contato pele a pele, o bebê aumentou de peso e está mais desenvolvido.

“José Arthur é uma dádiva. Uma graça divina na minha vida. Não conhecia o Mãe Canguru. Mas graças a este método meu filho já está mais crescidinho e vem apresentando melhoras significativas”, observa. Elvira planeja passar seu primeiro Dia das Mães em casa. Se depender do estado de saúde de José Arthur, mãe e filho neste domingo já não estarão mais no Hospital da Mulher.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

FEIRA CELEBRA VISITA DE ARIANO SUASSUNA


Com muito bom humor e em meio a muitos causos em que o sertanejo era sempre o protagonista, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna proferiu na noite deste domingo (6), sua aula-espetáculo, principal atividade do primeiro da programação da Celebração da Cultura dos Sertões. O evento é promovido pela Secretaria de Cultura da Bahia, com o apoio de várias secretarias municipais.

O espaço físico do teatro do Centro de Cultura Amélio Amorim ficou pequeno diante da multidão ávida por ouvir atentamente umas das principais referências intelectuais na defesa da cultura dos sertões. A obra de Ariano Suassuna é toda marcada pela riqueza das personagens e as muitas histórias que povoam o universo e o imaginário sertanejos. Na plateia, gente de todas as idades, muito riso e satisfação com a fala do escritor.

Irreverente, Ariano contou muitos causos, da infância em Taperoá, na Paraíba, e das muitas histórias como ícone da literatura que foca os sertões. Apaixonado, partiu em defesa do povo brasileiro. “O Nordeste é o coração, osso e nervo do Brasil. E o sertão é o coração, osso e nervo do Nordeste”, disse lembrando ao público a necessidade de dar real importância à sua cultura e valores.

Ariano Suassuna falou de futebol, moda, sobre música e literatura, entre outros assuntos. Ele destacou a importância das obras que têm como pano de fundo a fortaleza do sertanejo. “Este é um momento muito importante para mim, como sertanejo que sou. Não existe arte universal, todas as grandes obras que conheço são obras locais universalizadas pela qualidade e pela quantidade de sonho humano que existe ali. Então quando se dá importância a essa cultura feita pelo povo brasileiro, quando eu ou músicos como Elomar e Fábio Paes dão importância, é porque nós sabemos que essa cultura produz em vários momentos obras da maior importância”.

A Celebração da Cultura dos Sertões prossegue na tarde desta segunda-feira (7). O cinema também entra na programação, a partir das 15:00, com a sessão do Circuito Popular de Cinema e Vídeo, que vai projetar o longa-metragem “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, de Glauber Rocha. Às 7:00 noite, tem a atração musical Maviael Melo, e às 8:00, o espetáculo musical do grupo Sertanília. A programação completa da Celebração das Culturas dos Sertões está disponível no site http://www.cultura.ba.gov.br/sertoes.





quinta-feira, 3 de maio de 2012

FEIRA CELEBRA AS "CULTURAS DO SERTÃO"




Ariano Suassuna, romancista, dramaturgo e poeta, será um dos palestrantes

A figura do vaqueiro e a cultura sertaneja estarão em evidência em Feira de Santana, entre os próximos dias 6 e 11, quando acontece na cidade a “Celebração das Culturas do Sertão”. O evento é promovido pela Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), em parceria com a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Agricultura e Recursos Hídricos (Seagri).

“Este evento vai promover as culturas dos sertões, valorizando a figura do vaqueiro, uma das mais importantes do sertão nordestino”, destaca o secretário de Agricultura, Ozeny Moraes. Na verdade, a celebração terá início no dia 5, em Salvador, com solenidade no Teatro Castro Alves. A partir do dia 6 as atividades serão no Centro de Cultura Amélio Amorim.

Desfile de vaqueiros e aboiadores, exposições, lançamentos de livros CDs, encontros de repentistas, sanfoneiros e violeiros, rodas de conversa, apresentações musicais e palestras fazem parte da programação. Dentre estas, a mais esperada é, sem dúvida, a do escritor Ariano Suassuna, romancista, dramaturgo e poeta paraibano, autor de obras como o “Auto da Compadecida” e “Farsa da Boa Preguiça”.

Com informações da Secom/PMFS