quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

SONETO DO AMIGO



Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

CONCURSO DE POESIA EURICO ALVES BOAVENTURA



Eurico Alves Boaventura, o poeta das Itapororocas

O 1º Concurso Municipal de Poesia Eurico Alves Boaventura já tem data para acontecer. Vai ser realizado no dia 8 de abril, na Biblioteca Municipal Arnold Silva. A iniciativa é da Fundação Municipal da Tecnologia da Informação, Telecomunicações e Cultura Egberto Tavares Costa. Os trabalhos vencedores serão apresentados no mesmo local de realização do concurso.

Poetas, escritores e interessados que tenham trabalhos já publicados, ou não, podem se inscrever gratuitamente, até o dia 2 de março, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h,  no Museu Parque do Saber, localizado na rua Tupinambás, 275, bairro São João.

"A realização do concurso de poesia é uma antiga reivindicação de pessoas ligadas ao gênero literário, mas que ainda não tiveram chance de mostrar sua produção", explica Renata dos Santos Nogueira, chefe da Divisão de Cultura Popular da Fundação Egberto Costa.

A curadoria do concurso vai selecionar 20 trabalhos para compor uma coletânea a ser lançada no dia 10 de julho, em comemoração aos 10 anos de atividades da Fundação Cultural Egberto Tavares Costa. Serão distribuídos  prêmios em dinheiro para os três primeiros colocados: R$ 1.500 (mil e quinhentos reais)  para o primeiro lugar; R$ 1.000 (mil reais) para o segundo; e R$ 800 (oitocentos reais) para o terceiro lugar.

“No aniversário da Fundação Egberto Costa estamos homenageando os amantes da poesia e ao mesmo tempo dando oportunidade a todos os autores para que possam mostrar seus trabalhos e assim estimular a produção literária em nossa cidade”, destaca Antônio Carlos Daltro Coelho, presidente da Fundação Egberto Costa.

QUEM FOI

Bacharel em Direito, Eurico Alves Boaventura (1909-2009) foi um dos principais poetas do grupo modernista baiano, surgido em torno da revista Arco & Flecha. Colaborou em vários periódicos de Salvador e do Nordeste. Deixou  muitos textos inéditos, alguns deles publicados postumamente, a exemplo de Fidalgos e Vaqueiros (Universidade Federal da Bahia - 1989) e Poesias (Fundação Cultural do Estado da Bahia - 1991). Eurico Alves Boaventura, nascido em 1909, em Feira de Santana, faleceu aos 65 anos (1974) em Salvador.

(Fonte: site PMFS)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A FOLIA CONTINUA NA MICARETA DE FEIRA








O carnaval na Bahia acabou nesta terça-feira (17), oficialmente, porque até a quarta-feira de cinzas o clima de festa ainda tomava conta das ruas de Salvador.  Mas quem pensa que o tempo de folia chegou ao fim está completamente enganado. A pausa é de apenas 60 dias, para recuperar a energia e viver os quatro dias da Micareta de Feira de Santana, de 23 a 27 de abril.

A primeira Micareta do Brasil carrega também os títulos de maior e melhor festa do gênero em todo o Estado. Milhares de pessoas, vindas de todos os cantos do Brasil, se juntam aos feirenses para curtir as atrações de todos os gêneros que garantem a animação nos circuitos da folia. Nos trios e nos palcos fixos, artistas da cidade e atrações nacionais arrastam multidões.

Nos blocos, na pipoca, nos camarotes, no desfile das escolas de samba, blocos afro e afoxés, ou nas manifestações culturais alternativas, tem espaço para todos. “A Micareta é feira pelo povo. Cabe ao poder público municipal garantir a infraestrutura”, afirma o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Rafael Pinto Cordeiro, ao anunciar algumas medidas já adotadas.

Apostando na antecedência como ponto de partida para garantir uma boa organização, o secretário cita a publicação de atos normativos relativos à festa já no final de semana passado. Um deles estabelece prazo de inscrição para bandas, cantores, blocos e demais entidades micaretescas, bem como de candidatos a Rei Momo e Rainha (23 de fevereiro a 13 de março). As inscrições devem ser feitas na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, das 9h às 12h e das 14h às 17h.

Também foi publicado o decreto que cria a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) da Micareta 2015, que será realizada no período de 23 a 26 de abril, composta por 29 integrantes e presidida pelo secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer. Já a portaria 001/2015 dispõe sobre a criação das comissões técnicas da FPI para a Micareta.

(As fotos são da Secom/ACM e Jorge Magalhães)

domingo, 15 de fevereiro de 2015

MARCHINHAS DE CARNAVAL




 Abre Alas 

Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar

Eu sou da Lira
Não posso negar
Eu sou da Lira
Não posso negar

Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que eu quero passar

Rosa de Ouro
É que vai ganhar
Rosa de Ouro
É que vai ganhar.

As Águas vão rolar

As águas vão rolar,
garrafa cheia eu não quero ver sobrar,
eu passo a mão na saca, saca, saca-rolha.

E bebo até me afogar, deixa as águas rolar.

As águas vão rolar,
garrafa cheia eu não quero ver sobrar,
eu passo a mão na saca, saca, saca-rolha.

E bebo até me afogar

Se a polícia por isso me prender e na última hora me soltar, eu pego a saca, saca, saca-rolha e bebo até me afogar, deixa as águas rolar.

Aurora 

Se você fosse sincera,
Ôôôô, Aurora.
Veja só que bom que era,
Ôôôô, Aurora.

Se você fosse sincera,
Ôôôô, Aurora.
Veja só que bom que era,
Ôôôô, Aurora.

Um lindo apartamento
Com porteiro e elevador
E ar refrigerado
Para os dias de calor.

Madame antes do nome
Você teria agora,
Ôôôô Aurora.

Se você fosse sincera,
Ôôôô, Aurora.
Veja só que bom que era,
Ôôôô, Aurora.

Se você fosse sincera,
Ôôôô, Aurora.
Veja só que bom que era,
Ôôôô, Aurora.

Mamãe Eu Quero 

Mamãe eu quero, mamãe eu quero,
Mamãe eu quero mamar!
Dá a chupeta! Dá a chupeta! Ai! Dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar!

Dorme filhinho do meu coração!
Pega a mamadeira e entra no meu cordão.
Eu tenho uma irmã que se chama Ana:
De piscar o olho já ficou sem a pestana.

Eu olho as pequenas, mas daquele jeito
E tenho muita pena não ser criança de peito!...
Eu tenho uma irmã que é fenomenal:
Ela é da bossa e o marido é um boçal!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

MÚSICO DE NASCENÇA


Genivan de Leda

Existem pessoas que nasceram para brilhar; outras, para despertar o brilho de terceiros. Mas há ainda as que reúnem as duas coisas. Como Genivan de Leda. Músico de nascença, ele busca a inspiração em gente, no dia a dia, na vida comum. O resultado é um trabalho sofisticado em qualidade, rico em conteúdo e simples na mensagem.

A sua música vem do coração. Por isso, vai direto para o coração de quem ouve. São quase três décadas de estrada, período em que viveu em lugares diferentes, percorreu variados gêneros musicais, passeou por festivais Brasil afora, mas sem jamais perder a essência e a pureza musical que carrega consigo desde menino.

Com um trabalho autoral marcado pela sensibilidade de quem transita pelas notas da Música Popular Brasileira, Genivan fez dos instrumentos verdadeiros companheiros de jornada. Viaja com tranquilidade do sax e da clarineta (heranças da formação em filarmônica) ao violão. A experiência não tira o cuidado e o entusiasmo do eterno iniciante. Tanto que cursa Música na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

Compondo ou musicando poemas – o que faz com maestria – o cantor de Castro Alves ganhou o mundo, viveu em São Paulo e levou seu trabalho a vários estados brasileiros. E, como não poderia deixar de ser, chegou a Feira de Santana. E foi aqui, na terra de Santana, que ele ancorou o seu barco. Partir daqui? Só para o sucesso e o berço que divide com o poeta.

Com dois CDs em estúdio, Genivan de Leda faz show de voz e violão ou acompanhado de banda, nos mais variados gêneros, de MPB a Forró. Também se apresenta em eventos (casamentos, bailes, bares) e ministra curso de violão.

Passeio musical

1985 - Festival da Canção do Vale Jaguaripe – Melhor Interpretação
1987 - Festival da Canção de Itatim - 1º lugar
1991 - 2º Festival da Canção  da  Canção  3º lugar
1992 - 5º Fenec (Festival da Caixa Econômica Federal)
           1º lugar – São José dos Campos – SP
2002 - Festival IBM – ficou entre os 3 finalistas entre 2.016                  
           participantes  cada um com 09 Músicas, São Paulo
2005 - Feira da Música – Centro de Convenções de Salvador
2006 - Teatro dos Arcos – Sesc  São Paulo   (peças teatrais, inclusive
             com Marcos Caruso)
2014 - Calourada DCE – UEFS
          - Aberto do CUCA
 - Festival Vozes da Terra (ficou entre os 12 finalistas)

Madalena de Jesus


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

TRADUZIR-SE

Ferreira Gullar


Raimundo Fagner

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim                                            
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

(Poema de Ferreira Gullar, musicado por Raimundo Fagner)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

ANJOS DE LUZ EXISTEM





Esse recado é para quem pensa que anjos de luz não existem. Sei que é difícil crer, quando não se tem um exemplo real, verdadeiro. Pois eu posso garantir que eles estão por aí e podem aparecer a qualquer momento. Uma noite dessas encontrei dois deles, vestidos de branco e envoltos em um brilho intenso que só pessoas especiais emanam.

Na emergência infantil do Hospital Unimed, a médica Diana Araújo e a enfermeira Leila Barbosa, diante de uma criança fragilizada – mãe e avó idem – demonstraram que o distanciamento do paciente é mais grave do que qualquer enfermidade. A situação era crítica, mas em nenhum momento as duas vacilaram e, mais que isso, mantiveram a tranquilidade necessária para fazer com que os familiares do paciente, de apenas um ano e meio de idade, não entrassem em pânico.

A essas profissionais, que fazem da medicina e da enfermagem instrumentos de cuidar da vida, verdadeiramente, os merecidos aplausos e o desejo de que a postura sirva de exemplo em todos os segmentos do setor de saúde. E que elas continuem sendo anjos de luz. Sempre.

Madalena de Jesus