quarta-feira, 26 de junho de 2019

UM LUGAR ONDE PODEMOS SENTIR O CHEIRO DA FÉ





















































Se alguma vez eu planejei uma viagem com tanta antecedência, realmente não lembro. Acredito que a primeira conversa sobre o assunto foi em novembro do ano passado e em janeiro já estávamos programando compra de passagens, reserva de hotel e tudo mais. Nós, exatamente, não. Nildo, o grande mentor e executor do “Projeto Aparecida”, que nos levou ao Santuário da Padroeira do Brasil, no início deste mês.

A viagem já valeria a pena pela composição do grupo. Oito pessoas com o mesmo propósito e divertidas em qualquer situação. Tudo combinado previamente e nada fora de lugar. Como diria meu pai, o velho Zinho, o que é acordado não sai caro. E lá fomos nós, fazendo de cada etapa uma verdadeira festa. A ida para Salvador na noite de quarta-feira (dia 5), embaixo do maior pé d’água, com Thiago ao volante e Brenda ao lado, foi a primeira.

Metade do grupo pegou o mesmo voo: Eu, as vizinhas Zauri e Ester, mais a sua irmã Maria, sem dúvida a mais bem-humorada de todas – “quem vai lá não tem olho nem sobrancelha”. A espera no Aeroporto de Guarulhos durou mais de três horas. Pensa que alguém se importou com isso? Tão logo Nildo, o líder eleito naturalmente, a mulher Cau (genro e filha de Ester), Jorge e Mari chegaram,  #partiuaparecida. Jorge de ônibus e o restante em uma doblò alugada.

Eu ficaria aqui horas contando detalhes do trajeto, da parada para o almoço na estrada, onde a garçonete trocou os pratos e até hoje não me serviu o café, do fato de Jorge ter ido de ônibus e chegado primeiro do que nós, do encanto da pousada – como era o nome mesmo? Jovimar, se não me engano, e até da parada do bondinho em cima de um cemitério, que levou os cavalheiros do grupo do céu ao inferno em segundos – “ninguém pode nem brincar”!

Enfim, vou deixar os “causos” de lado e ir direto ao Santuário. Ainda na quinta-feira (6) fomos conhecer a obra humana onde está visível a mão de Deus no todo e em cada detalhe. Grandiosa em todos os sentidos, a construção causa impacto. Primeiro visual. Chamam a atenção as imensas arcadas, todas perfeitamente iguais, por onde entram e saem pessoas o tempo inteiro, e as escadarias ao redor do templo, dividido em várias capelas. Depois espiritual. Um lugar onde é possível sentir o cheiro da fé.

Sim, naquele lugar especial é a fé que move nossos olhos e ouvidos. Seja durante as celebrações, no interior do templo emoldurado por azulejos que nos remete à Ladainha de Nossa Senhora, ou do lado de fora, no final da tarde, diante de campanário. Ah! Não tem preço... os sinos tocando um a um e depois todos os 13 ao mesmo tempo, anunciando o momento sagrado das 18 horas. Uma verdadeira orquestra, sem maestro, mas com uma plateia atenta e emocionada.

Nem mesmo o fato do Santuário ser cercado de estabelecimentos comerciais e ter até um verdadeiro shopping para venda de produtos relacionados a Nossa Senhora Aparecida tira o encantamento do lugar. Seja do chão, diante da arcada principal, ou do alto da cúpula de 70 metros de altura, de onde podemos ver o rio onde a imagem da santa foi encontrada, ou ainda na missa, durante a bênção dos objetos adquiridos, o sentimento é o mesmo.

Mas nada igual à visita ao Museu ou à Capela das Promessas. No primeiro encontramos toda a história relacionada à imagem, construção da primeira igreja – outro ponto de visitação obrigatório – e fatos marcantes de visitas ilustres. Na segunda estão guardados objetos e fotos deixados em promessa ou em agradecimento por graças alcançadas ao longo da vida, aos quais juntei toda a minha gratidão pelas conquistas, reforçada ainda na visita à Capela das Velas.

Eu me senti tão pequena, diante de tudo que estava à minha volta e dentro de mim! Lembrei o nascimento do meu neto Lucas, hoje com cinco anos, quando entreguei a vida de minha filha Hana Bárbara a Ela, pelas mãos de uma técnica de Enfermagem (Ana Claudia). Recordei, também, de quando pedi a sua intercessão durante o complicado e doloroso parto de Bruna. E novamente fui atendida. Chorei. E agradeci. Como vou agradecer até o fim de meus dias.

Vale lembrar que repetimos grande parte dessa programação na sexta-feira (7), quando voltamos da Canção Nova, e no sábado, antes do retorno para São Paulo. Ah! e por falar em Canção Nova, o lugar atrai pelo sentido de solidariedade que norteia tudo o que acontece. Uma lembrança adquirida, um lanche ou uma refeição, tudo tem o objetivo da doação. Sem falar na beleza do Santuário do Pai da Misericórdia, onde ouvimos a história sobre a origem e a manutenção do espaço.

Ainda na Canção Nova participamos do programa “O Amor Vencerá”, da emissora de TV que leva o mesmo nome, um momento de oração, nesse dia sob o comando de Salete. Tanto lá como em Aparecida, em muitos momentos deixamos aflorar o lado de turista e fomos às compras das lembranças, tudo devidamente registrado pelas lentes de Nildo, então já nomeado fotógrafo do grupo. Eu voltei com a certeza de que jamais perderemos essa força espiritual que compartilhamos. 

E como somos movidos a alegria, na capital paulista não foi diferente. Joca, um ser humano que emana simpatia e generosidade por todos os poros, nos hospedou com pompa e circunstância. Tanto que até Mari, que debandou para outro lugar, volta e meia estava lá. Literalmente “ocupamos” o apartamento dele até o retorno. E nesse período tivemos ainda um domingo de churrasco na casa de Boi e Maria, que nos receberam junto com Gilmar, Jackson e a adorável Vivi, mais filhos e achegados. Todos familiares de Ester.

Se alguém tem dúvida de que o clima em Aparecida é realmente sagrado, informo que havia uma evangélica no grupo. Sim, Cau, a mulher do nosso líder, que é católico, acompanhou o marido pela terceira vez e, vamos combinar, era sempre uma das mais animadas. Porque a religiosidade que toma conta daquela estrutura magnífica dispensa informações do tipo: Qual a sua religião? Lá éramos todos iguais, perante Deus e Nossa Senhora. Simples assim.

Já estamos pensando na próxima viagem. Ainda não há destino definido, nem data programada. O certo é que existem muitos lugares nos quais podemos exercitar a nossa fé, especialmente se estivermos cercados por pessoas especiais e que veem a vida não como um fim, mas um caminho a ser percorrido da melhor maneira possível, dentro dos princípios da solidariedade e do respeito. Mas se pedirem a minha opinião, eu quero voltar a Aparecida!

Madalena de Jesus - Jornalista, Professora e devota de Nossa Senhora Aparecida

segunda-feira, 24 de junho de 2019

SÃO JOÃO NA ROÇA


                                   Um convite irrecusável do grande mestre da música nordestina. 
                                 A homenagem é para São João, mas ainda vale para o São Pedro...

A fogueira tá queimando
Em homenagem a São João
O forró já começou
Vamos gente, rastapé nesse salão.
Dança Joaquim com Zabé
Luiz com Yaiá
Dança Janjão com Raqué
E eu com Sinhá
Traz a cachaça, Mané!
Que eu quero ver
Quero ver paia avoar,

(Luiz Gonzaga)