quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MOCOFATO, SANDÁLIA DE COURO E VERDURAS






Por Renata Leite

Das frutas, verduras e hortaliças ao tempero: cominho, sal e pimenta-do-reino. Azeite de dendê, coco seco, mariscos, castanha e amendoim torrados também tem. Se o cardápio não for a tradicional comida baiana, as opções incluem as carnes de boi, carneiro, porco ou galinha. Os ingredientes para o sarapatel, maniçoba e feijoada são encontrados. A variedade que garante o cardápio da dona de casa ou do proprietário do restaurante é oferecida no Centro de Abastecimento de Feira de Santana.

São aproximadamente 6 mil metros quadrados de área construída. Nos galpões, comerciantes vendem carnes, laticínios, doces, grãos (feijão, arroz, milho, etc) e massas, além de farináceos. O mesmo local é divido por donos de restaurantes e lanchonetes. Neste espaço, os balcões são de alvenaria e na área externa os feirantes se dividem entre os que utilizam bancas de madeira, balaios, baldes presos ao pescoço ou segurados pelas mãos, e até mesmo mercadorias penduradas entre os dedos.

No Centro de Abastecimento, inaugurado em 1º de fevereiro de 1977, os consumidores, sejam da cidade, zona rural ou municípios vizinhos, como Santanópolis, Santa Bárbara, Serrinha e Coração de Maria, fazem compras atraídos pelas mercadorias e variedades. Aproximadamente 50 cidades são abastecidas por produtos comprados no local.

Logo na entrada do entreposto comercial, no portão situado em frente à Praça do Tropeiro, o consumidor se depara com produtos artesanais. Tem balaios, chapéus e cortinas de palha, sandálias de couro, celas para animais, redes, candeeiros, esteiras e potes de água. Há também caçuá de tamanhos e preços variados. O par custa de R$ 12,00 a R$ 70,00. Já as panelas de barro são encontradas de R$ 5,00 a R$ 20,00. A diferença no valor depende do formato e tamanho. Os pescadores também encontram cofos. Eles custam R$ 5,00, a unidade.

O espaço também é compartilhado com barbearia à moda antiga, veneno para rato, coleira para cachorro, panelas de pressão, cigarros, incensos, patuás, figas, imagens de santos e orixás, pilhas, CDs e DVDs, chaveiros, objetos para decoração e cartão de recarga para celular e folhas que curam as dores da alma e do corpo.

Na Casa do Artesanato, Robson Franklin de Oliveira, 25 anos, comercializa uma variedade de produtos feitos de cipó e palha. Ele conta que moradores de cidades vizinhas costumam sempre visitar o local. “As pessoas de fora dão muito valor às nossas mercadorias”, diz. A mãe do comerciante, Vilani de Oliveira, 47 anos, também mantém uma lojinha há um bom tempo. “São mais ou menos 30 anos trabalhando aqui. Criei meus filhos praticamente vendendo artesanato no Centro de Abastecimento”, assegura.

Já na parte inferior são encontradas mercadorias a preços de atacado como verduras, hortaliças e frutas originárias de outros municípios, tais como: Jaguaquara, Juazeiro, Itaberaba e Wagner. No espaço também são comercializadas aves de espécies variadas como galinhas, perus, patos e galinhas d’angola, além de rações para animais.

O entreposto comercial funciona todos os dias, com exceção dos domingos. O setor de carnes abre a partir das 4 horas e encerra as atividades às 18 horas. Já o mercado de cereais começa a funcionar às 5 horas e vai até as 18 horas. O sistema de som, além da programação musical, divulga as ofertas do local e veicula publicidades.

Embora a segunda-feira seja o dia tradicional para se fazer compras no Centro, o passa-passa de consumidores, vendedores ambulantes e carregadores é bastante expressivo também aos sábados. Atualmente são 2.200 permissionários cadastrados. Diariamente, cerca de 7 mil pessoas frequentam o local e, no sábado, segunda e quarta-feira, esse número chega a 10 mil pessoas.

“É um supermercado a céu aberto, mas com uma diferença: mercadorias de qualidade e preço baixo. É onde o consumidor encontra de tudo: produtos de limpeza, frutas, verduras, panelas, roupas, alimentos e artesanato de cerâmica”, destaca o secretário municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Magno Felzemburgh.

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