sexta-feira, 15 de março de 2013

A DIDÁTICA DE MANOEL


“Borboleta é uma cor que avoa.”
(Clarice, sete anos, aluna da Escola Estadual Monteiro Lobato)

Lá pelas tantas Manoel sorri:
Sorri árvore, sorri pedra, vento
Sorri pássaro.

Manoel entortou de azul minha poesia
Deixou na esquina do verso sua caixa de palavras sem parafuso.
Pôs música em minha gramática sem humor
Pescou luzes com o anzol da interrogação.

Manoel mastiga silêncio e cospe beleza no chão de seu pantanal.

Abraço desinventa saudade em seu idioma
Será que poesia desacorda a maldade dentro dos homens?

Tenho tido tendência pra encolhimentos.
Dia desses encolhi pra cisco no coração de certa moça.
... além dos ventos ainda permaneço por lá.

Qualquer vento ajuda redemoinho preguiçoso,
Amor que pode encolher pra arranha-céu.

Ajuntamento de madrugadas pode virar poesia

Agora sigo eu e a moça no mundo das coisas de Manoel.

O homem enquanto coisa é sempre maior.


Ronald Freitas (Intenções de Poesia.2011)

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