quinta-feira, 25 de abril de 2013

ZERO HORA, PATRIMÔNIO DA IMPRENSA




Radialistas Vilma Soares e Paulo Silva, rei e rainha do Zero Hora 2013

Há muito tempo eu não sentia a empolgação do clima micaretesco. Nos últimos anos, o envolvimento com a festa era meramente profissional. Nada que lembrasse os bons e velhos tempos em que nós, os profissionais de comunicação, nos reuníamos para curtir, antes de todos os outros foliões, a maior Micareta do Brasil. O melhor de tudo era a concentração. O cansaço do trabalho na véspera da abertura oficial da festa desaparecia em meio aos abraços dos colegas e cumprimentos dos políticos – eram tantos, bem mais que hoje, e pagavam caro pela camisa do bloco para estar com a imprensa. Era status!

Ao longo do tempo as coisas mudaram, bem como a Micareta, obviamente. O Bloco Zero Hora deixou de fazer jus ao nome e passou a ir para a avenida 8 da noite. Protestos à parte, foi assim durante alguns anos. Deu espaço até para surgir um, digamos, genérico – similar seria mais apropriado, talvez – com o sugestivo nome de Filhos da Pauta. Bem interessante: consistia em reunir a turma em um ponto estratégico, uma espécie de concentração, com bandinha e tudo. Deu certo, durou algum tempo, mas este ano não aconteceu.

O fato é que o Zero Hora, formado por jornalistas, radialistas e convidados, voltou a sair exatamente à meia noite, na quarta-feira (24), abrindo extra-oficialmente a Micareta de Feira de Santana. Graças ao trabalho de uma comissão muito bem articulada – peço licença aos demais para citar Framário Mendes, Wilson Passos, Jorge Teles e Jailza Alcântara – o bloco resgatou a tradição e voltou ao circuito da folia com todo gás. Voltou também a empolgação.

Até a forte chuva eu enfrentaria, não fossem compromissos familiares de última hora, para reviver emoções que mais de três décadas não conseguiram apagar da memória – minha e de tantos companheiros...  E vendo as fotos dos colegas na concentração e na avenida, percebi claramente que todos compartilhavam sentimentos semelhantes. Afinal, o Zero Hora não é somente um bloco micaretesco. É um patrimônio da imprensa feirense.

Madalena de Jesus, jornalista e radialista



2 comentários:

  1. Gostei do relato, Madá! Fiquei imaginando os tempos áureos do Zero Hora e lembrei daquelas fotos suas bem novinha, nas redações!

    Saudades de estar com você.

    Naiara

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  2. Uma relato com essa elegância só poderia ser de Madalena de Jesus. Fez-me recordar dos tempos em que eu brincava no Zero Hora. Saudades. Quem sabe, na próxima Micareta, estarei lá? Assim espero..

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