terça-feira, 21 de janeiro de 2014

GOSTAVA DE MEUS TRÊS SAPOS...


Chego à minha casa, encontro minha lapinha (presépio) com algumas peças derrubadas, várias marcas de pegadas nos caminhos de areia e antes de colocar o Deus Menino dia 25, um dos três sapos que viviam no meu jardim há cinco meses passeava pela manjedoura!

Já havia brigado várias vezes com minha diarista porque ela queria colocar água sanitária ou sal nas costas desses animais! Inicialmente, não gostava deles, mas confesso que depois de queimar meu juízo tentando eleger um bicho de estimação que não danificasse as plantas, cheguei à conclusão de que o melhor seria criar inusitadamente os três sapos: um pequeno, um médio e um grande e pouco velhinho.

A mulherada odiava saber que dentro das plantas havia três sapos dormindo o dia todo! Diabos! Achavam que eles iram sair do nada para mostram-se elas! Sei não... Toda noite, eles saiam, comiam todos os insetos que encontravam pela frente, ajudando-me a controlar uma infestação. Cheguei até colocar um para dentro muro quando cheguei animadíssimo do bar, foi o caçula! Como era de esperar, pela manhã o quintal estava repleto de fezes deles! Muitas! No começo, fiquei com raiva, depois percebi que eles controlavam o número de insetos e ainda me davam adubo! Logo, providenciei uma colher de cultivar terra só para recolher aquele mundo de excrementos...

À noite, enquanto tomava meu vinho ou cerveja com meus amigos que riam da situação ou me inquiriam a respeito destes animais de estimação, eu os diziam: “me digam o nome de um bicho que possa criar que não coma e/ou destrua as plantas?!”. O silêncio pairava. Ademais, meus sapos me ajudavam, não gastava com eles e não destruíam nada meu até agora! Só eram tradicionalmente tidos como feios...

O fato é que tive de colocar os meus três bichos inusitados de estimação para fora. Um deles levei até a esquina e o velho deixei olhando para uma casa à frente, parecia está abandonando seu lar... ou está magoado comigo. Vedei os portões e fui estudar. Em casa de volta, acho o pequeno, que voltou da esquina, tentando entrar por um dos portões, justo o único que eu convidei para morar no jardim de casa...

Sentei-me agora ao lado da lapinha arrumada e, acredite, senti um vazio um remorso, sei lá... Eles acharão uma casa, um canto ou quiçá eu abra o portão para que eles entrem de volta se eles ainda o quiserem, mas tirei uma lição disso: amamos os nossos amigos, namorado (as), pais, alunos, entre outros, pelo que elas nos marcaram. Precisei conviver com aqueles animais tão mal falados para poder gostar deles e expor que me deu pena tirá-los de casa. Bicho tem muito de gente e muitas pessoas não passam de bicho: amam apenas o que veem!

Jadione Almeida, à espera do natal de 2013

Um comentário:

  1. Ah, adorei esta surpresa! Aprendi muito com meus três sapos! Além de controlarem a invasão de insetos, de dar-me adubo e fazer companhia de alguma forma, agora, por conta deles, tive a grata surpresa de ver meu texto no blog de Madalena de Jesus, grande jornalista! Obrigado!

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