Foto Vera Rabelo (Chapada Diamantina)
Sinto muito, mas não passa mesmo! Quando minha mãe se despediu dos nove filhos, todos amados da forma mais intensa e dedicada possível, e dos netos que já conviviam com o seu encanto, sua sabedoria e generosidade, a dor parecia tão infinita quanto o seu amor. Passadas três décadas, ainda lembro de forma nítida do som de sua voz, capaz de tranquilizar o mais inquieto dos corações; seu andar leve, sem pressa e ao mesmo tempo firme; seu sorriso discreto, vindo direto da alma.
Algumas pessoas dizem que carrego seus traços, sem nem sequer imaginarem o quanto fico orgulhoso. Minha mãe era linda! E muito especial. Lidou com as dificuldades impostas pela vida sem reclamar e soube aproveitar o que ela lhe deu de bom. Ensinou a todos nós, filhos e netos, os valores essenciais do ser humano, como caráter, dignidade e, sobretudo, fé em Deus.
Com esses pensamentos vindo em uma velocidade assustadora, ainda diante do meu colega tristonho, me dei conta de que não tenho o direito de ficar triste pela sua ausência. Pelo contrário, eu tenho mais é que ficar feliz, não somente no Dia das Mães, mas todos os dias da minha vida, porque eu posso dizer com todas as letras: Eu tive a melhor MÃE do mundo! Eu nunca tentei imitá-la, pois sei que isso seria absolutamente impossível, e quando me tornei mãe passei a entender ainda mais o significado desse amor incondicional, que nos toma por inteiro.
Agora, chego ao estágio seguinte: sou avó. E, ao contrário do que dizem por aí, o amor não é maior do que o de mãe. Essa possibilidade não existe, simplesmente porque o amor de mãe é o maior do mundo e digo isso sem medo de ser piegas ou recorrer ao lugar comum. É uma espécie de corrente afetiva que se fortalece a cada dia. Amo o meu neto, porque é filho da minha filha. E ponto.
Madalena de Jesus
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