sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

TABULEIRO DA MARIA, UMA VIAGEM AO PASSADO



"Ler Tabuleiro da Maria, da escritora Madalena de Jesus, nos marca profundamente. Escritora só? Não. Professora e muito mais. Um currículo tão rico que chega a ser invejável. Fiquei sua fã".




Desde o lançamento do “Tabuleiro da Maria”, em março do ano passado, projeto que fez 2017 ser tão especial, tenho recebido manifestações de carinho e comentários sobre os textos publicados. Todos muito generosos e alguns surpreendentes. Como o da advogada Denize Marina Almeida, leitora atenta e conhecedora da maioria dos personagens retratados, que fez uma viagem no tempo lembrando passagens da própria vida através do conteúdo do livro. A título de esclarecimento, o professor citado no final é Joel Derivaldo, também advogado, já falecido. 


Madá, Ler Tabuleiro da Maria não somente emociona como também nos enleva e enriquece mais ainda os nossos conhecimentos. Tudo que li é difícil traduzir com palavras. Sem invadir privacidade você nos envolve, nos remete ao passado e com muito respeito fala sobre todos e demonstra uma amizade tão fiel que é gostoso demais de se ler.

É maravilhoso e confortante ler o que você escreve. E aos pouquinhos, vamos nos identificando, nos envolvendo com seus belíssimos textos. Sabe Madá! me encontrei em muitos capítulos. Por exemplo: “NÃO QUERO SER CUMPRIMENTADA NO DIA DOS PAIS”. As circunstâncias me trazem lembranças, muitas lembranças, mas uma me marcou muito: Meu pai se foi quando tinha quarenta e dois anos. Deus o levou para a “sua” Glória, e eu tinha apenas oito anos. 

Quando li Tabuleiro da Maria voltei ao passado, um passado que orgulha, envaidece e aguça a memória. Entretanto nada mais me emocionou do que “RECORTES DA MEMÓRIA”. Seo ZINHO, com certeza, era na vida fenomênica um líder, um verdadeiro filósofo. As raízes do corpo de seo Zinho poderiam não levá-lo a lugar algum, exceto ao coração das pessoas que tiveram a felicidade de conhecê-lo. Foi uma pena eu não tê-lo conhecido.

Quem lê Tabuleiro de Maria, aprimora os conhecimentos. No meu caso, me fez também voltar ao passado quando você lembrou com muita propriedade Carlo Barbosa. Ele foi colega na Escola primária de minha irmã Deuza, era Escola Anexa à Escola Normal de Feira, que funcionava onde hoje funciona o CUCA.

Depois vi outros mencionados e destacados como o fotógrafo e artista Reginaldo Pereira, (REGI) amigo e irmão em Cristo do meu inesquecível e saudoso irmão Joel. Juntos fundaram, no final dos anos 1970 (78/79) e início dos anos 1980, o Boco Hora, juntamente com Nilza, filha de seo Miguel (Miguel da Casa de Ervas), cuja concentração era na Praça da Matriz. Naquela ocasião não se falava em “abadá”, era mortalha, estandarte e um relógio pintado e marcando meia noite.

E Dimas? Será Dimas Oliveira filho de professora Hilda? Se for, foi meu colega na escola Anexa, (CUCA) curso primário. E Gil Mário (foi entrevistado ontem pela TV Subaé) será o neto de Dr. Áureo Filho? Fomos colegas no Colégio Santanópolis.

Voltei ao passado e vi na memória Silvério Silva. Esqueci do show. Depois lembrei. Egberto Costa, que nos deixou precocemente, foi meu colega no Colégio Santanópolis. E Marcus Morais? Idem. Trabalhamos como professores no Colégio Ubaldina Régis, (Tanque da Nação) e ele também foi professor do meu filho Joel Sobrinho, no Colégio Antares.
Voltei ao passado e isto muito me honrou. Fiquei imensamente feliz. Talvez nem precise mais fazer “terapia” depois da leitura desse livro: Minha escritora famosa e minha psicóloga querida. Te amo.

E quando pensei que a minha memória estava completa de tanta riqueza e novidade do passado exposta por você, li FIGURAS QUE SE ETERNIZARAM e encontrei Adelson Brito, lembrei dos figurinos extravagantes sem perder a beleza;  Lucílio Bastos, irmão gêmeo de Lucíndio, que moravam no bairro Tanque da Nação, bairro importante pela abundância de tanta água, havia um tanque bem no meio da rua, com tampão, que abastecia os reservatórios das pessoas que moravam no bairro, e  por conta da “civilização”, foi soterrado e coberto por asfalto. Certamente o gestor daquela época não pensou no futuro.

E Ivanide? Vou lhe contar um episódio: Nos anos 2003 ou 2004, eu ensinava no Colégio Ubaldina Régis e a Ilustre Ivanide foi convidada pela diretora da Escola para proferir uma palestra. Tema: Desigualdade racial, falta de políticas públicas etc... Até esse dia, nunca tinha visto o “Ubaldina” tão silencioso. Todos se calaram para ouvir a palestra e no final fizerem perguntas. Tenho certeza que para ela foi um dia feliz, apesar de estar acostumada a fazer palestras por esse “brasilsão” afora.

Lembra que seu professor de Desenho, um jovem estudante de Direito da UFBA, que era meu irmão e você aprendeu a gostar dele? Amo você.

Quanto ao seu livro: PARABÉNS!

Os personagens devem considerar-se imortais.

Denize Marina de Almeida

4.11.2017, terça feira.

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