Jornalista Jorge Magalhães
À jovem Madalena de Jesus
Não se foge de uma paixão como quem evita um inimigo, embora os dois se confundam. Este sentimento que atropela o nosso pensamento, a nossa tranquilidade diante de novas perspectivas, não passa de um capricho dos deuses ao tentar demonstrar superioridade sobre nós, pobres e inesgotáveis mortais, vítimas dos desejos da carne e da fraqueza do espírito.
É tudo muito luz e mistério, porque nenhuma folha cai que não seja pelo consentimento de uma força superior ou seja lá que nome for. Nada, absolutamente nada, consegue mudar a rota dos beijos e nem alterar a mudança das flores. O melhor beijo é aquele que não foi dado; é aquele que foi negado e não aquele que foi roubado. É tudo uma questão de ordem, de estilo e de angulação do problema, aliás, teorema, no qual reside a paixão e tédio de Pitágoras.
Que por sinal não deu em nada.
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