quarta-feira, 15 de julho de 2015

AMIZADE QUE DESAFIA O TEMPO




Jornalista Jorge Magalhães

Remexendo velhas anotações – ainda sou da geração papel, apesar das incursões no mundo virtual – encontrei esta pérola. Um texto marcado pelo mais nobre dos sentimentos: o amor que só os verdadeiros amigos cultuam. Sem data, a declaração de amizade de Jorge Magalhães foi escrita lá pelos idos de 1984, quando trabalhávamos juntos na extinta Revista Panorama da Bahia. A antiga lauda de papel e os caracteres da máquina de escrever manual são a prova do tempo que já não existe. O que perdura, e isso me deixa extremamente feliz, é a amizade com o jornalista, poeta, escritor e compositor da melhor qualidade Jorge Magal. 

À jovem Madalena de Jesus

Não se foge de uma paixão como quem evita um inimigo, embora os dois se confundam. Este sentimento que atropela o nosso pensamento, a nossa tranquilidade diante de novas perspectivas, não passa de um capricho dos deuses ao tentar demonstrar superioridade sobre nós, pobres e inesgotáveis mortais, vítimas dos desejos da carne e da fraqueza do espírito.

É tudo muito luz e mistério, porque nenhuma folha cai que não seja pelo consentimento de uma força superior ou seja lá que nome for. Nada, absolutamente nada, consegue mudar a rota dos beijos e nem alterar a mudança das flores. O melhor beijo é aquele que não foi dado; é aquele que foi negado e não aquele que foi roubado. É tudo uma questão de ordem, de estilo e de angulação do problema, aliás, teorema, no qual reside a paixão e tédio de Pitágoras.

Que por sinal não deu em nada.

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